Folha de S. Paulo
Bons gestores também devem ter a capacidade
de agir diante do improvável
Atendo nesta
quinta-feira (31) à convocação do meu partido, consagrada pelo voto
de todos os filiados, para que o PSDB lidere
um projeto de paz social e desenvolvimento sustentável capaz de oferecer
emprego e oportunidades a todos os brasileiros. Cumpro o preceito legal, que
determina a desincompatibilização
do governo de São Paulo, para iniciar nossa caminhada rumo à Presidência da
República.
Nesses 39 meses de gestão enfrentamos os mais complexos, raros e agudos desafios da vida pública. O compromisso democrático das instituições, a necessidade de fazer o que é certo —e não o mais fácil—, a colaboração num mundo global e a resiliência do nosso povo foram testados como poucas vezes na história.
Os bons gestores devem ser avaliados não
apenas pelos resultados prometidos, mas sobretudo pela capacidade de agir
diante do improvável. Nessas horas, lembro sempre dos valores expressos pelo
meu pai na
carta de 11 de abril de 1964, na qual comunicou à minha mãe sua partida de
urgência ao exílio, depois de ser cassado pela ditadura
militar: "Tenha coragem, tranquilidade e prudência".
Com coragem, tranquilidade e prudência,
conseguimos superar a pandemia, retomar obras e criar empregos. A vacina salvou
vidas. Preservou famílias. Investimos em ciência em São Paulo mais do que o
governo federal investe no Brasil. Implantamos os mais inovadores programas
sociais e de proteção aos mais pobres. Contratamos mães desempregadas para as
escolas, criamos uma bolsa para garantir a presença dos alunos carentes,
evitando a evasão escolar, e fornecemos absorventes
gratuitos para alunas da rede pública.
Valorizamos a dignidade e a autonomia das
mulheres em projetos de empreendedorismo que favoreceram sobretudo as mais
pobres e negras. Multiplicamos por dez o número de alunos
em tempo integral.
Alcançamos os menores índices
de crimes violentos da nossa história graças à prevenção e às ações de
inteligência das forças de segurança do estado.
Fizemos de São Paulo um dos raros lugares
do mundo com crescimento
econômico durante a crise sanitária. Em três anos, saímos de um
déficit orçamentário de R$ 10 bilhões para investimentos próprios de R$ 50
bilhões. Retomamos obras paradas. E estamos entregando, dentro do prazo, cerca
de 8.000 obras contratadas com recursos do estado. A despoluição
do rio Pinheiros é uma realidade, com a ligação de 553 mil imóveis à
rede de saneamento —o equivalente a uma cidade como Porto Alegre.
São Paulo construiu, recuperou e sinalizou
mais quilômetros de estradas do
que o governo federal fez em todo o Brasil. As obras do nosso governo criaram
mais de 200 mil empregos diretos, com carteira assinada. Batemos o recorde de
investimentos privados: R$ 265 bilhões. Em 39 meses, São Paulo cresceu cinco
vezes mais que a média nacional.
Por tudo isso, só posso dizer: obrigado,
São Paulo! Obrigado aos 46 milhões de habitantes que nos ajudaram a vencer os
desafios e a retomar a esperança. Vocês renovaram meu amor à pátria e minha fé
em Deus. Vamos superar os erros dos governos que nos colocaram na maior crise
da nossa história. Vamos juntos, Brasil, construir o projeto que vai colocar o
país e nosso povo em outro patamar de desenvolvimento e de qualidade de vida.
Estou pronto para entregar o melhor de mim,
para formar uma brilhante equipe de governo e realizar a transformação que
todos queremos. Penso novamente nas palavras do meu pai, naquele momento mais
difícil da sua vida: "Tenho a consciência tranquila de que cumpri o meu
dever. Não me arrependo das posições que assumi".
A história não se repete. Mas deixa lições.
Continuarei a trabalhar, de forma incansável, para que a prosperidade acabe com
a pobreza. Que o diálogo substitua o conflito. Que a paz vença o ódio.
Obrigado, São Paulo! Vamos juntos, Brasil!
*Governador de São Paulo (PSDB), ex-prefeito de São Paulo (jan.2017 a abr.2018) e empresário; pré-candidato do partido à Presidência da República
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