O Estado de S. Paulo
A blitz de Fernando Haddad está na pista. De
Haddad e Simone Tebet. Blitz de propaganda. O pacote relevante de cortes de
gastos vem aí – prometeram. Coisa de volume entre R$ 30 bilhões e 50 bilhões –
plantou-se. Não será mais um pente-fino – informam. Uma só das ações pode
chegar a R$ 20 bilhões. Uau!
Os ministros reagem à desconfiança. A reforma do Imposto de Renda – a isenção a quem ganha até R$ 5 mil – estava à frente. Vinha ainda em 2024. Para sacrifício de receita da ordem de mais de R$ 40 bilhões por ano. Sem anúncio crível de compensação para o rombo. O mar, que já não era bom, crispou-se.
Então, de repente, ficou para 2025. O pacote
rigoroso de cortes de gastos, que não estava previsto semana atrás, tomou a
frente. Virá ainda neste ano – comunicaram Haddad e Tebet.
Cortes de gastos estruturais. No (pelo)
governo Lula. Prepara-se cardápio para ele. Que é simpático às medidas –
apregoa-se. Lula, a favor de cortes severos, mesmo com a popularidade insegura
e ante os resultados das eleições municipais.
Alguns banqueiros se reuniram com o
presidente. Saíram confiantes. Lula tem “firme compromisso” com a necessidade
de conter despesas. No mundo real das fés, o dólar mostra os dentes e o Tesouro
capta dinheiros a custo crescente. A isso reagem Haddad e Tebet.
Vem aí o pacote relevante de cortes de
gastos. Que ainda não existe. Donde ainda não apresentado a Lula. Que lhe é
simpático – asseguram. Não o conhece e lhe é simpático. Por precaução, os
ministérios, em atividade clandestina, estudam-medem a forma como mostrá-lo ao
presidente.
Não basta ser extenso o menu – para ele
cortar os cortes. A embalagem tem de ser palatável a Lula. Que é – propaga-se –
a favor das medidas de cortes de despesas estruturais. A favor, exceção àquelas
que mexam com gastos que considera investimentos.
Haddad e Tebet confiam – e querem confiança –
em que sobrará alguma coisa. Sobrando, confiam em que a porção parlamentar do
pacote, ao menos parte dela, seja aprovada em 24. Talvez a mais parecida com...
pente-fino. O pesado ficando para depois.
Pacote – que ora inexiste e que, existindo,
dependeria do aval de Lula – a ser votado neste resto de ano em que agenda do
Congresso precisará cuidar de Lei Orçamentária e da reforma tributária, mantida
ainda aberta a LDO, corpo em que se malocará o interesse maior do Lirão: a
superfície de atividade para o orçamento secreto em 2025. Talvez haja negócio.
Talvez uma dessas casas de apostas pudesse
abrir jogatina sobre o que não faltará no pacote: revisão dos supersalários da
máquina federal. Tudo a ver com propaganda. Faria bastante espuma e
rapidamente. Parco o impacto fiscal. Bacana a foto.
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