O Globo
Em cruzada por tarifas,
deputado trata senadores bolsonaristas nos EUA como patetas
Eduardo Bolsonaro se
apresenta como deputado em exílio. No mundo real, é um deputado em fuga. O Zero
Três fugiu do país para escapar da polícia e insuflar o governo Trump a atacar
o Brasil. Agora tenta sabotar todos os esforços contra o tarifaço.
No fim de semana, oito
senadores brasileiros chegaram a Washington em missão diplomática. “Eu trabalho
para que eles não encontrem diálogo”, reagiu Eduardo. Nem os cinco
bolsonaristas que integram a comitiva escaparam ao boicote do Bananinha.
Obcecado em livrar o pai da cadeia, ele trata os aliados da família como
patetas.
O Zero Três já havia torpedeado os governadores Tarcísio de Freitas e Ratinho Júnior, que sonham em herdar os votos do clã. Na segunda-feira, passou a incitar a tropa contra o deputado Nikolas Ferreira, menino prodígio da extrema direita.
Os ataques empolgam os
radicais, mas podem agravar o isolamento político do capitão. “A culpa do
Bolsonaro estar de tornozeleira é desse moleque”, desabafou a senadora
Margareth Buzetti, que apoiou o ex-presidente em 2022.
Eduardo abandonou o
trabalho sem avisar à Câmara. Depois pediu uma licença de 120 dias, que
terminou na semana passada. Ele sabe que será preso se voltar ao país. Sua
atividade em solo americano está tipificada no Código Penal como coação no
curso do processo e obstrução da Justiça. A lei também prevê prisão preventiva
para investigados que atentem contra a ordem econômica. É preciso reconhecer
que nunca ninguém fez isso tão bem quanto o terceiro filho de Jair.
Alheio à chantagem
comercial, o Supremo continua a ouvir os réus da trama golpista. Nos últimos
dias, dois oficiais confessaram crimes graves contra a democracia. O general
Mário Fernandes admitiu a autoria do plano Punhal Verde Amarelo, que previa
matar o presidente Lula, o vice-presidente Geraldo Alckmin e o ministro
Alexandre de Moraes.
O coronel Hélio Ferreira
Lima confirmou ter arquitetado a prisão de ministros da Corte. Ele atuava na
divisão de inteligência do Exército, que sempre nega ter dado apoio
institucional à trama golpista.
A cada interrogatório, o capitão fica mais encrencado. Mas o Zero Três acha que pode salvá-lo se Trump aumentar as taxas sobre o café e o suco de laranja.
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