Milton Coelho da Graça
São 12 os candidatos à Prefeitura do Rio, representando mais de duas dezenas de partidos, mas há outra batalha eleitoral mais importante, que possivelmente será a decisiva.
Marcelo Crivella é candidato do PRB e mais dois pequenos partidos, mas é realmente o candidato do complexo religioso-empresarial-político chamadoIgreja Universal do Reino de Deus.
Crivella, número 2 na hierarquia da Universal, começou sua carreira política em 2002, elegendo-se Senador da República pelo Rio. Foi o segundo mais votado e Sérgio Cabral Filho, o primeiro.
Desde então a Arquidiocese do Rio tratou de empenhar-se nas eleições posteriores para evitar que uma maior influência da Igreja Universal a tornasse majoritária como força religiosa e política. Não consegui saber com certezase a Opus Dei recebeu determinação papal de ajudar esse trabalho em 2004 (nos últimos dias do primeiro turno mais de 300 paróquias se mobilizaram para votar em Cesar Maia para prefeito, que venceu com 50,1% dos votos, com Crivella em segundo lugar). Ou em 2006, quando Cabral se elegeu Governador, derrotando Denise Frossard no segundo turno, porque Denise havia deixado Crivella em terceiro lugar, graças a uma forte mobilização católica nos últimos dias de campanha.
Mas, na atual eleição municipal, a Opus Dei assumiu um papel mais vigoroso, articulando desde 2006 uma aliança. Também não foi possível determinar com certeza em que circunstâncias o governador Sérgio Cabral Filho escolheu Eduardo Paes como seu candidato para a Prefeitura do Rio e até arriscar uma exdrúxula edição do Diário Oficial do Estado, só para anunciar a exoneração dele da Secretaria de Esportes para cumprir o rito da desincompatibilização perante a Justiça . Mas tenho boa informação de que a influência da Opus Dei teve papel muito importante nessas decisões.
Eduardo Paes, dois anos atrás, teve apenas 5,3% dos votos para Governador (contra o próprio Sérgio). Os dois, até outubro de 2006, sempre estiveram em partidos diferentes e nunca manifestaram afinidade política. Só após essa eleição é que Paes se transferiu para o PMDB e Cabral só conseguiu impor o nome dele como candidato do partido depois de um enfrentamento contra Anthony Garotinho e o presidente da Alerj, Jorge Picciani, dominador absoluto do Comitê Estadual do partido. Também não pode se esquecer que, para apoiá-lo com tanta insistência, o Governador deve ter tido um trabalhão para amansar o ódio de Lula e de d. Marisa Letícia pelo deputado federal que tanto atazanou o casal presidencial e um dos filhos naquelas CPIs que tanta agitação fizeram na TV mas até hoje não deram em nada.
Para não haver dúvida de como a Opus Dei atuou fortemente nos bastidores, há menos de duas semanas do dia da eleição, em 20 de setembro, o Vaticano anunciou o envio de uma bênção que o Santo Padre havia dado a Eduardo Paes em outubro do ano passado. Um gesto primoroso, porque, além de Paes – que nunca teve militância católica ostensiva – dois outros candidatos a Prefeito têm essa característica em seu currículo: Alessandro Molon, eleito deputado estadual pela primeira vez, basicamente por sua visibilidade como militante carismático; e Chico Alencar, deputado federal amplamente apoiado pela eleitores católicos admiradores da Teologia da Libertação. Agora, é óbvio, ficou mais fácil explicar aos eleitores católicos em quem devem votar.
A Opus Dei também operou com muita habilidade conseguindo trazer para a candidatura Paes o discreto mas eficiente apoio de importantes lideranças empresariais cariocas, inclusive das Organizações Globo, que não poderiam aceitar uma vitória política desse porte – e logo no Rio - do complexo Rede Record-Igreja Universal.
Será engraçado se a estratégia da Opus Dei funcionar tão bem, tão bem, a ponto de Marcelo Crivella nem ir ao segundo turno. O prefeito Cesar Maia vem prevendo isso em seu ex-blog há várias semanas.
SAIBA MAIS AQUI SOBRE A OPUS DEI
Opus Dei significa Obra de Deus em latim e é o nome de uma organização católica, criada na Espanha em 1928 por Escrivá de Balaguer, (ainda era então um jovem de 26 anos, morreu em 1975 e foi canonizado em 2002). Escrivá a concebeu como uma brigada da fé cristã, formada por padres e leigos, pela preocupação, na década de 20 do século passado, com movimentos em favor de mudanças sociais e idéias republicanas na Espanha, além da tomada do poder pelos comunistas na Rússia.
Hoje com 85 mil membros em 63 países (no Brasil, cerca de 2 mil), dos quais 98% são leigos e uns 200 sacerdotes, a Opus Dei, em seus órgãos de divulgação, inclusive o site (www.opusdei.org.br), afirma que “sua missão consiste em difundir a mensagem de que o trabalho e as circunstâncias do dia-a-dia são ocasião de encontro com Deus, de serviço aos outros e de melhora da sociedade”, além de colaborar “com as igrejas locais, oferecendo meios de formação cristã (palestras, retiros, atenção sacerdotal), dirigidos a pessoas que desejam renovar sua vida espiritual e seu apostolado.” Também explica que “ajuda a encontrar Cristo no trabalho, na vida familiar e nas demais atividades cotidianas”.
Em 1982, o Papa João Paulo II deu uma nova dimensão à Opus Dei, dando-lhe
um status único – prelazia pessoal – em que não está subordinada a qualquer hierarquia católica local, mas sim diretamente ao Sumo Pontífice, através de um prelado nomeado como uma espécie de “executivo-chefe”. Esse “executivo” atualmente é monsenhor Javier Echeverría (o que, de certa forma, demonstra que a influência espanhola persiste).
A revista Veja, em reportagem de 17 de maio de 2006, motivada pelo livro “O código Da Vinci”, ficção de grande sucesso mundial em que um membro da Opus Dei é um assassino, deu outra versão sobre os propósitos da organização e assim explicou o privilégio de ligação direta com o Papa:
“Apoio incondicional a João Paulo II, na defesa dos dogmas e valores católicos ameaçados pela modernidade”. (...) “A idéia de Escrivá (...) era que qualquer católico poderia ser um santo no dia-a-dia, no exercício de sua profissão. Para tanto, não se admite nenhum meio-termo na obediência às orientações da Igreja. A prelazia é ortodoxa em sua condenação ao aborto e ao sexo pré-matrimonial. O perfil típico de seu integrante é um profissional com formação universitária.
“Embora a organização não goste de ser caracterizada como tal, ela é uma espécie de corpo de elite católico. É também uma força conservadora, com contornos de direita. Na Espanha de Escrivá, vários de seus membros foram ministros da ditadura de Francisco Franco.”
A Opus Dei nunca afirmou ser uma organização secreta, mas jornais italianos já divulgaram o que seriam trechos dos estatutos. recomendando que ninguém revele sua condição de membro nem a de companheiros. O respeitado tributarista Yves Gandra Martins, o professor de jornalismo Carlos Alberto di Franco e o ex-governador de São Paulo Geraldo Alkmin já foram citados publicamente como ligados à organização. Mas, em entrevista à Folha de São Paulo, Alkmin negou: “Não sou da Opus Dei; respeito quem é, mas não conheço.”
ACABE O MAU HUMOR
Se v. quer rir à vontade, vá ao saite www.chargeonline.com.br , onde achará os trabalhos de 40 mestres do cartunismo brasileiro.
ENTRE NO DEBATE
Se v. tiver algum comentário a fazer sobre esta coluna, mande um e-mail para milton@dm.com.br
E NÓS CONVERSANDO...
O presidente Chávez, da Venezuela, anunciou o fim da construção de duas refinarias para petróleo pesado – uma na China, outra na Venezuela. Com isso, a Venezuela reduz custos que a Petrobras continua tendo, exportando petróleo pesado e importando o tipo leve. Enquanto isso, continua sendo empurrado com a barriga o projeto da refinaria Abreu e Lima, projetado para Pernambuco, num consórcio de Petrobras e PDVSA, a estatal petrolífera venezuelana. E cujas negociações começaram muito antes do contrato entre China e Venezuela, para construção das duas refinarias que já estão funcionando.
A CONVERSA PODE ENTERRAR O PRÉ-SAL
A exploração de petróleo a mais de 200 quilômetros da costa e a quatro quilômetros de profundidade, no chamado pré-sal do Oceano Atlântico, exige bem mais do que conversa: grana, muita grana, tecnologia ainda a ser desenvolvida, alternativas de transporte etc. E temos de andar depressa porque as alternativas ao petróleo estão se fortalecendo. A General Motors
está apostando firme no carro elétrico Volt e cuidando inclusive da criação de
uma rede de recarga nos Estados Unidos.. Honda e outras fábricas japonesas também trabalham a mil no carro elétrico e nas pastilhas combustíveis de hidrogênio. Os medos sobre energia nuclear estão se desvanecendo e todos já olham com inveja e se preparam para seguir França e os outros poucos países que há muito tempo reduziram a dependência do petróleo para a produção de energia elétrica.
Toda essa corrida tecnológica pode não acabar com a nossa sede de petróleo, mas certamente contribuirá para a redução da dependência e do preço. Não podemos deixar de pensar que, abaixo de um certo preço do barril, nem valeria a pena fazer furos no pré-sal.
DESTA VEZ LUPI SAI OU NÃO SAI?
Aparentemente chegou ao limite a paciência do presidente Lula para aturar as bobagens do ministro do Trabalho, Carlos Lupi. Essa última – de usar o FGTS para comprar ações da Petrobras – foi demais. Ao voltar de Nova York, Lula tem a palavra “Lupi” como primeiro item de sua agenda. Façam suas apostas: Como Paulo Pereira da Silva está encrencadíssimo com a polícia e a Justiça, há vários nomes do PDT na lista de possibilidades para assumir o Ministério do Trabalho.
PRA QUÊ TANTO?
As fortunas pessoais em todo o mundo chegavam a um total de 105 trilhões de dólares, segundo estimativa da respeitada consultoria americana Boston Group há um mês, que constatou ter sido 2007 o sexto ano consecutivo de crescimento desse dinheirão, principalmente na América Latina e na Ásia.
Admitindo-se um total de um bilhão e meio de famílias em todo o mundo, uns 11 milhões (1%) tinham mais ou menos 30 trilhões de dólares. Mas desses trintinha, 21 trilhões estão nas mãos (e em cofres) de 11 mil famílias (0,001%) controlam 21 trilhões.
O número 1, como se sabe, é Warren Buffet, que, ainda esta semana, investiu a bagatela de 5 bilhões de dólares no banco Goldman Sachs, que anda meio depauperado. O número 2, o mexicano Carlos Slim, tem muito dinheiro no
Brasil: entre outras coisas, é dono da Claro e sócio dos irmãos Marinho em uma parte das Organizações Globo.
ATÉ ONDE VOTO É TRANSFERÍVEL?
Cientistas políticos de todo o Brasil estão debruçados sobre as últimas pesquisas que mostram a altíssima popularidade do presidente Lula: mais de 70% dos brasileiros aprovam seu governo. Mas Marta Suplicy vai ter de encarar o segundo turno na cidade de São Paulo embora Lula esteja lhe dando o máximo de apoio possível. Fenômeno semelhante está acontecendo em cidades da Grande São Paulo, inclusive em São Bernardo. Dilma Roussef, na intenção de voto para a presidência da República, ainda está ali por volta dos 2%, muito atrás de José Serra e Ciro Gomes.
A dúvida dos cientistas é a seguinte: o presidente conseguiria mesmo eleger um poste na eleição de 2010?
São 12 os candidatos à Prefeitura do Rio, representando mais de duas dezenas de partidos, mas há outra batalha eleitoral mais importante, que possivelmente será a decisiva.
Marcelo Crivella é candidato do PRB e mais dois pequenos partidos, mas é realmente o candidato do complexo religioso-empresarial-político chamadoIgreja Universal do Reino de Deus.
Crivella, número 2 na hierarquia da Universal, começou sua carreira política em 2002, elegendo-se Senador da República pelo Rio. Foi o segundo mais votado e Sérgio Cabral Filho, o primeiro.
Desde então a Arquidiocese do Rio tratou de empenhar-se nas eleições posteriores para evitar que uma maior influência da Igreja Universal a tornasse majoritária como força religiosa e política. Não consegui saber com certezase a Opus Dei recebeu determinação papal de ajudar esse trabalho em 2004 (nos últimos dias do primeiro turno mais de 300 paróquias se mobilizaram para votar em Cesar Maia para prefeito, que venceu com 50,1% dos votos, com Crivella em segundo lugar). Ou em 2006, quando Cabral se elegeu Governador, derrotando Denise Frossard no segundo turno, porque Denise havia deixado Crivella em terceiro lugar, graças a uma forte mobilização católica nos últimos dias de campanha.
Mas, na atual eleição municipal, a Opus Dei assumiu um papel mais vigoroso, articulando desde 2006 uma aliança. Também não foi possível determinar com certeza em que circunstâncias o governador Sérgio Cabral Filho escolheu Eduardo Paes como seu candidato para a Prefeitura do Rio e até arriscar uma exdrúxula edição do Diário Oficial do Estado, só para anunciar a exoneração dele da Secretaria de Esportes para cumprir o rito da desincompatibilização perante a Justiça . Mas tenho boa informação de que a influência da Opus Dei teve papel muito importante nessas decisões.
Eduardo Paes, dois anos atrás, teve apenas 5,3% dos votos para Governador (contra o próprio Sérgio). Os dois, até outubro de 2006, sempre estiveram em partidos diferentes e nunca manifestaram afinidade política. Só após essa eleição é que Paes se transferiu para o PMDB e Cabral só conseguiu impor o nome dele como candidato do partido depois de um enfrentamento contra Anthony Garotinho e o presidente da Alerj, Jorge Picciani, dominador absoluto do Comitê Estadual do partido. Também não pode se esquecer que, para apoiá-lo com tanta insistência, o Governador deve ter tido um trabalhão para amansar o ódio de Lula e de d. Marisa Letícia pelo deputado federal que tanto atazanou o casal presidencial e um dos filhos naquelas CPIs que tanta agitação fizeram na TV mas até hoje não deram em nada.
Para não haver dúvida de como a Opus Dei atuou fortemente nos bastidores, há menos de duas semanas do dia da eleição, em 20 de setembro, o Vaticano anunciou o envio de uma bênção que o Santo Padre havia dado a Eduardo Paes em outubro do ano passado. Um gesto primoroso, porque, além de Paes – que nunca teve militância católica ostensiva – dois outros candidatos a Prefeito têm essa característica em seu currículo: Alessandro Molon, eleito deputado estadual pela primeira vez, basicamente por sua visibilidade como militante carismático; e Chico Alencar, deputado federal amplamente apoiado pela eleitores católicos admiradores da Teologia da Libertação. Agora, é óbvio, ficou mais fácil explicar aos eleitores católicos em quem devem votar.
A Opus Dei também operou com muita habilidade conseguindo trazer para a candidatura Paes o discreto mas eficiente apoio de importantes lideranças empresariais cariocas, inclusive das Organizações Globo, que não poderiam aceitar uma vitória política desse porte – e logo no Rio - do complexo Rede Record-Igreja Universal.
Será engraçado se a estratégia da Opus Dei funcionar tão bem, tão bem, a ponto de Marcelo Crivella nem ir ao segundo turno. O prefeito Cesar Maia vem prevendo isso em seu ex-blog há várias semanas.
SAIBA MAIS AQUI SOBRE A OPUS DEI
Opus Dei significa Obra de Deus em latim e é o nome de uma organização católica, criada na Espanha em 1928 por Escrivá de Balaguer, (ainda era então um jovem de 26 anos, morreu em 1975 e foi canonizado em 2002). Escrivá a concebeu como uma brigada da fé cristã, formada por padres e leigos, pela preocupação, na década de 20 do século passado, com movimentos em favor de mudanças sociais e idéias republicanas na Espanha, além da tomada do poder pelos comunistas na Rússia.
Hoje com 85 mil membros em 63 países (no Brasil, cerca de 2 mil), dos quais 98% são leigos e uns 200 sacerdotes, a Opus Dei, em seus órgãos de divulgação, inclusive o site (www.opusdei.org.br), afirma que “sua missão consiste em difundir a mensagem de que o trabalho e as circunstâncias do dia-a-dia são ocasião de encontro com Deus, de serviço aos outros e de melhora da sociedade”, além de colaborar “com as igrejas locais, oferecendo meios de formação cristã (palestras, retiros, atenção sacerdotal), dirigidos a pessoas que desejam renovar sua vida espiritual e seu apostolado.” Também explica que “ajuda a encontrar Cristo no trabalho, na vida familiar e nas demais atividades cotidianas”.
Em 1982, o Papa João Paulo II deu uma nova dimensão à Opus Dei, dando-lhe
um status único – prelazia pessoal – em que não está subordinada a qualquer hierarquia católica local, mas sim diretamente ao Sumo Pontífice, através de um prelado nomeado como uma espécie de “executivo-chefe”. Esse “executivo” atualmente é monsenhor Javier Echeverría (o que, de certa forma, demonstra que a influência espanhola persiste).
A revista Veja, em reportagem de 17 de maio de 2006, motivada pelo livro “O código Da Vinci”, ficção de grande sucesso mundial em que um membro da Opus Dei é um assassino, deu outra versão sobre os propósitos da organização e assim explicou o privilégio de ligação direta com o Papa:
“Apoio incondicional a João Paulo II, na defesa dos dogmas e valores católicos ameaçados pela modernidade”. (...) “A idéia de Escrivá (...) era que qualquer católico poderia ser um santo no dia-a-dia, no exercício de sua profissão. Para tanto, não se admite nenhum meio-termo na obediência às orientações da Igreja. A prelazia é ortodoxa em sua condenação ao aborto e ao sexo pré-matrimonial. O perfil típico de seu integrante é um profissional com formação universitária.
“Embora a organização não goste de ser caracterizada como tal, ela é uma espécie de corpo de elite católico. É também uma força conservadora, com contornos de direita. Na Espanha de Escrivá, vários de seus membros foram ministros da ditadura de Francisco Franco.”
A Opus Dei nunca afirmou ser uma organização secreta, mas jornais italianos já divulgaram o que seriam trechos dos estatutos. recomendando que ninguém revele sua condição de membro nem a de companheiros. O respeitado tributarista Yves Gandra Martins, o professor de jornalismo Carlos Alberto di Franco e o ex-governador de São Paulo Geraldo Alkmin já foram citados publicamente como ligados à organização. Mas, em entrevista à Folha de São Paulo, Alkmin negou: “Não sou da Opus Dei; respeito quem é, mas não conheço.”
ACABE O MAU HUMOR
Se v. quer rir à vontade, vá ao saite www.chargeonline.com.br , onde achará os trabalhos de 40 mestres do cartunismo brasileiro.
ENTRE NO DEBATE
Se v. tiver algum comentário a fazer sobre esta coluna, mande um e-mail para milton@dm.com.br
E NÓS CONVERSANDO...
O presidente Chávez, da Venezuela, anunciou o fim da construção de duas refinarias para petróleo pesado – uma na China, outra na Venezuela. Com isso, a Venezuela reduz custos que a Petrobras continua tendo, exportando petróleo pesado e importando o tipo leve. Enquanto isso, continua sendo empurrado com a barriga o projeto da refinaria Abreu e Lima, projetado para Pernambuco, num consórcio de Petrobras e PDVSA, a estatal petrolífera venezuelana. E cujas negociações começaram muito antes do contrato entre China e Venezuela, para construção das duas refinarias que já estão funcionando.
A CONVERSA PODE ENTERRAR O PRÉ-SAL
A exploração de petróleo a mais de 200 quilômetros da costa e a quatro quilômetros de profundidade, no chamado pré-sal do Oceano Atlântico, exige bem mais do que conversa: grana, muita grana, tecnologia ainda a ser desenvolvida, alternativas de transporte etc. E temos de andar depressa porque as alternativas ao petróleo estão se fortalecendo. A General Motors
está apostando firme no carro elétrico Volt e cuidando inclusive da criação de
uma rede de recarga nos Estados Unidos.. Honda e outras fábricas japonesas também trabalham a mil no carro elétrico e nas pastilhas combustíveis de hidrogênio. Os medos sobre energia nuclear estão se desvanecendo e todos já olham com inveja e se preparam para seguir França e os outros poucos países que há muito tempo reduziram a dependência do petróleo para a produção de energia elétrica.
Toda essa corrida tecnológica pode não acabar com a nossa sede de petróleo, mas certamente contribuirá para a redução da dependência e do preço. Não podemos deixar de pensar que, abaixo de um certo preço do barril, nem valeria a pena fazer furos no pré-sal.
DESTA VEZ LUPI SAI OU NÃO SAI?
Aparentemente chegou ao limite a paciência do presidente Lula para aturar as bobagens do ministro do Trabalho, Carlos Lupi. Essa última – de usar o FGTS para comprar ações da Petrobras – foi demais. Ao voltar de Nova York, Lula tem a palavra “Lupi” como primeiro item de sua agenda. Façam suas apostas: Como Paulo Pereira da Silva está encrencadíssimo com a polícia e a Justiça, há vários nomes do PDT na lista de possibilidades para assumir o Ministério do Trabalho.
PRA QUÊ TANTO?
As fortunas pessoais em todo o mundo chegavam a um total de 105 trilhões de dólares, segundo estimativa da respeitada consultoria americana Boston Group há um mês, que constatou ter sido 2007 o sexto ano consecutivo de crescimento desse dinheirão, principalmente na América Latina e na Ásia.
Admitindo-se um total de um bilhão e meio de famílias em todo o mundo, uns 11 milhões (1%) tinham mais ou menos 30 trilhões de dólares. Mas desses trintinha, 21 trilhões estão nas mãos (e em cofres) de 11 mil famílias (0,001%) controlam 21 trilhões.
O número 1, como se sabe, é Warren Buffet, que, ainda esta semana, investiu a bagatela de 5 bilhões de dólares no banco Goldman Sachs, que anda meio depauperado. O número 2, o mexicano Carlos Slim, tem muito dinheiro no
Brasil: entre outras coisas, é dono da Claro e sócio dos irmãos Marinho em uma parte das Organizações Globo.
ATÉ ONDE VOTO É TRANSFERÍVEL?
Cientistas políticos de todo o Brasil estão debruçados sobre as últimas pesquisas que mostram a altíssima popularidade do presidente Lula: mais de 70% dos brasileiros aprovam seu governo. Mas Marta Suplicy vai ter de encarar o segundo turno na cidade de São Paulo embora Lula esteja lhe dando o máximo de apoio possível. Fenômeno semelhante está acontecendo em cidades da Grande São Paulo, inclusive em São Bernardo. Dilma Roussef, na intenção de voto para a presidência da República, ainda está ali por volta dos 2%, muito atrás de José Serra e Ciro Gomes.
A dúvida dos cientistas é a seguinte: o presidente conseguiria mesmo eleger um poste na eleição de 2010?
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