BRASÍLIA - Ponderado, o senador pernambucano Sérgio Guerra, presidente nacional do PSDB, não se declara em público a favor de José Serra nem de Aécio Neves quando o assunto é a escolha do candidato tucano ao Planalto em 2010.
Mas uma frase do dirigente do PSDB deixou ontem margem para dúvidas ao analisar a disputa: "Eu diria que ele [Aécio] é mais amplo politicamente do que o governador José Serra. Ele teria mais apoios dos partidos que não são do campo da aliança do que teria o governador José Serra hoje".
Sérgio Guerra sintetizou o senso comum em vigor na oposição. Trata-se de uma afirmação seguida de uma frase na forma adversativa: 1) José Serra é um candidato a presidente sólido e experiente, está na frente nas pesquisas e já foi escrutinado em campanhas de expressão nacional anteriores; 2) mas Aécio Neves poderia, se fosse o escolhido tucano, conseguir uma aliança política mais abrangente para tentar estancar o crescente avanço das forças lulistas.
Diante dessa dúvida, tucanos estão paralisados. Serra deseja tomar uma decisão só em março. Aécio cobra diariamente uma posição do seu partido até dezembro -caso contrário, promete desistir da eleição presidencial. Criou-se um impasse de difícil solução.
Se a profecia de Aécio se autocumprir, ele desistirá de ser candidato a presidente. Nessa hipótese, Serra ficará obrigado a assumir de maneira indireta a candidatura em dezembro. Claro, pois será o único e último tucano no páreo.
Esse desfecho é o pior dos mundos para a oposição. Serra anteciparia seus planos por causa de uma circunstância partidária interna. Aécio se encolheria emburrado em um canto.Uma chapa pura, com o mineiro de candidato a vice-presidente, é quase inviável. De zero a dez, a chance é três, diz Sérgio Guerra.
Tudo considerado, não é nada bom o clima no PSDB.
Nenhum comentário:
Postar um comentário