Nadja Rocha
Mobilizar a sociedade para o combate à corrupção. Com esse objetivo foi lançado, na tarde desta quarta-feira, no Salão Verde da Câmara dos Deputados, a campanha “CPI da Corrupção. Eu Apoio”. O movimento suprapartidário tem como objetivo mobilizar a sociedade para pressionar os parlamentares a assinarem o requerimento de instalação de Comissão Parlamentar de Inquérito para apurar as denúncias de corrupção no governo federal.
Durante o evento, foi o lançado o site do movimento (http://www.cpidacorrupcao.blogspot.com), onde o cidadão poderá assinar uma petição de apoio à CPI e pressionar parlamentares, principalmente, os de seu estado, a apoiarem o pedido de investigação.
Até o lançamento da campanha, o requerimento de CPI Mista da Corrupção contava com o apoio de 92 deputados e 19 senadores de vários partidos, inclusive da base de apoio ao governo. Para ser instalada, a comissão são necessárias 171 assinaturas na Câmara e e 27 no Senado. No site é possível acompanhar a evoluçaõ das assinaturas para a CPI
O evento contou com a participação de mais de 30 parlamentares de vários partidos. Com maior participação do PPS, PSDB, DEM e PSol.
Para o líder do PPS na Câmara, deputado Rubens Bueno (PR), a sucessão de escândalos envolvendo o governo federal é resultado do fisiologismo político praticado pelas gestões do PT. Ao defender o apoio da sociedade para a faxina ética na política, Bueno disse que a quantidade de escândalos na gestão de Dilma Rousseff se assemelha a um saco de caranguejos.
“Começou pelo Palocci, o homem forte do governo, que caiu por não ter como explicar seu enriquecimento, depois foi o Alfredo Nascimento, abatido por denúncias de corrupção dos Transportes. Agora, estão na berlinda Pedro Novais, do Turismo, e Wagner Rossi, da Agricultura”, criticou Bueno.
O presidente nacional do PPS, deputado Roberto Freire (SP), disse que as denúncias de irregularidades já provocam descontentamento até na base de apoio ao governo. Mas, no entanto, ele acha que é preciso que a população se manifeste, pressionando, inclusive, os parlamentares para que assinem o pedido de instalação da comissão. “Lula passava a mão na cabeça de seus aloprados; Dilma não pode passar, mas também não fará faxina na sujeira de seu antecessor. Por isso é preciso o apoio da população para que essa CPI seja instalada”, destacou Freire.
O parlamentar elogiou ainda o trabalho da imprensa tanto nas investigações de casos de ilegalidades nos ministérios quanto na divulgação do trabalho que a oposição vem desenvolvendo em resposta a eles.
A ideia dos idealizadores da campanha é buscar o apoio de entidades como a OAB (Ordem dos Advogados do Brasil) e da CNBB (Conferência Nacional dos Bispos do Brasil) e das redes sociais.
Clamor popular
Na avaliação do líder do DEM na Câmara, deputado ACM Neto (BA), o site do movimento pela CPI da Corrupção vai possibilitar que os cidadãos brasileiros saibam quais os parlamentares que realmente são a favor da apuração das irregularidades. Já o seu colega do PSDB na Câmara, deputado Duarte Nogueira (SP), destacou a natureza suprapartidária do movimento. Para ele, a CPI não é uma briga entre o governo e os partidos de oposição. “Há um clamor popular para que os ilícitos no governo sejam investigados a fundo. Essa CPI vai sair (instalada) com a força da sociedade”, ressaltou.
“É preciso que este Parlamento busque o apoio da sociedade”, afirmou o líder do DEM no Senado, Demóstenes Torres (GO). Ele , acredita que a campanha “CPI da Corrupção. Eu Apoio” possa reeditar o mesmo movimento nacional a favor da Lei do Ficha Limpa.
O deputado Chico Alencar (RJ), do PSol, afirmou que o Parlamento não deve abrir mão de sua prerrogativa de investigar os ilícitos praticados no governo. Ele ressaltou ainda que a faxina tem de ser ética e “não atentar para a cor partidária”.
FONTE: PORTAL PPS
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