Cai o quarto ministro, Wagner Rossi, da Agricultura. O PMDB ameaça, o PT se omite, o PR se diz "independente", mas Dilma tem suas armas -e suas versões.
Sai o PR da base aliada? OK, entra o PV. O PMDB é tão grande quanto instável? OK, vem aí o PSD do prefeito Gilberto Kassab (que, aliás, encontra-se hoje com Dilma).
Quando o que se discute é faxina ética, há inversões e chegam apoios à presidente de onde ela menos esperava: de senadores como Pedro Simon e Jarbas Vasconcelos, do PMDB, que não têm nada de governistas. Para a imagem do governo, era melhor ter Wagner Rossi ou passar a ter Simon e Jarbas?
Na versão para a opinião pública, Dilma faz uma "faxina ética". Na repassada para aliados do PMDB, do PT, do PTB e de todo o resto, ela nega e explica que não é ela quem está com o rodo, a vassoura e o aspirador de pó nas mãos. A faxina é da responsabilidade de outras instituições e instâncias. Mesmo que quisesse impedi-la, não teria meios para isso.
Na prática, diz, quem investiga e joga luz sobre os desvios nos Transportes, na Agricultura e no Turismo são o TCU, a Polícia Federal, o Ministério Público, a imprensa. Ela alega que não ajuda, mas também não pode atrapalhar. Assim, tenta ficar com os bônus, sem arcar com os ônus. Enquanto a economia deixar, não há problema.
Dilma, assim, tenta se equilibrar entre dois personagens convenientes: a presidente que varre a corrupção e a presidente que nega estar varrendo os corruptos. Como se eles caíssem sozinhos.
A base aliada ao Planalto está insatisfeita, mas continua imensa, movendo-se, reacomodando-se, ajeitando-se como pode, enquanto faz cálculos sobre onde e em que momento fincar estacas: no terreno firme do lulismo ou no ainda pantanoso caminho de Dilma.
Wagner Rossi é o quarto ministro a afundar nesse pântano. Quem e quando será o próximo?
FONTE: FOLHA DE S. PAULO
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