Operação deflagrada ontem investiga denúncias de desvios de verbas públicas, corrupção peculato e lavagem de dinheiro no órgão
PF e CGU investigam o Dnit-PE
Operação Casa 101 investiga denúncias de desvio de verbas, corrupção, peculato e lavagem de dinheiro no órgão no Estado
Alvo de uma série de denúncias que, entre outras consequências, foi uma das causas da queda do ministro Alfredo Nascimento (Transportes) e provocou uma completa reformulação no órgão, o Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit) voltou a ganhar os holofotes de maneira negativa. A Polícia Federal (PF) deflagrou ontem a Operação Casa 101, com o objetivo de apurar denúncias de desvios de verbas públicas, corrupção, peculato e lavagem de dinheiro por parte do órgão em Pernambuco. A ação foi realizada em conjunto com a Controladoria-Geral da União (CGU) e a Receita Federal e resultou na apreensão de documentos, computadores, notebooks e na condução de seis pessoas para prestar depoimento na sede da PF.
A operação foi deflagrada com base em relatórios da CGU, que realizou auditoria em 32 contratos e apontou irregularidades em três deles, celebrados entre o Dnit e diversas empresas, visando a realização de serviços de pavimentação e manutenção da BR-101 na Região Metropolitana do Recife. Somados, o valor dos três contratos investigados é superior a R$ 370 milhões – sendo que em um deles, firmado em 2005, já há um prejuízo comprovado de R$ 67,1 milhão. De acordo com a avaliação da Controladoria, servidores do Dnit responsáveis pela fiscalização dos contratos foram coniventes com diversas irregularidades como, por exemplo, o fornecimento de mão de obra e material pelas empresas contratadas para a construção da residência de um funcionário do Dnit – daí o nome da operação, Casa 101.
“Havia uma troca de favores escancarada entre empresas e os responsáveis pela fiscalização, a ponto de empresas contratadas para a execução de obras fornecerem mão de obra e material de construção para edificação de casa residencial de um servidor do Dnit”, explicou o superintendente da Polícia Federal no Estado, Marlon Jefferson de Almeida. A PF, por enquanto, optou por não divulgar nomes nem de pessoas nem de empresas envolvidas. “A investigação está focada em quem teve participação na fiscalização e nos contratos irregulares. Até todo o material ser analisado, os nomes de servidores e empresas serão preservados”, ressaltou.
Procurado pela reportagem, o Dnit-PE não se pronunciou sobre a operação.
FONTE: JORNAL DO COMMERCIO (PE)
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