Governador acusa governo federal de omissão; para Serra, veto a bebidas é claro no Estatuto do Torcedor
Daiene Cardoso e Felipe Frazão
O PSDB manteve discurso afinado ontem, sobre a decisão do governo federal de repassar a responsabilidade de decidir sobre a liberação da venda de bebidas alcoólicas nos estádios de futebol aos Estados que sediarão jogos da Copa do Mundo de 2014. Tanto o governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, quanto o pré-candidato tucano à Prefeitura, José Serra, criticaram a proposta. Coube a Serra, porém, ser mais incisivo: "Toma que o filho é teu", definiu o ex-ministro da Saúde do governo FHC.
Para Serra, o governo deve cumprir o Estatuto do Torcedor e não abrir exceção para a Copa. "Se tem uma legislação nacional, o governo tem que cumprir. Se quer mudar, manda um projeto para o Congresso", disse Serra depois de visita ao Hospital de M"Boi Mirim no Jardim Ângela, zona sul da capital paulista. "A lei vale, exceto quando for a Fifa. Não tem cabimento."
Alckmin avaliou que o acordo no Congresso para aprovação da Lei Geral da Copa - segundo o qual a liberação das bebidas caberá aos Estados - é uma omissão do governo. "A mim me parece uma omissão da área federal, porque parece claro que as 12 cidades devem ter um trabalho homogêneo. Essa questão deve ser vista de maneira harmoniosa entre municípios e Estados, para não ficar cada um faz de um jeito", disse o governador.
Alckmin afirmou que, caso a decisão caiba mesmo aos Estados, trabalhará com os governadores dos demais Estados-sede para que o País tenha uma posição única. "Ou não se permite em lugar nenhum ou se permite em todos", reforçou Alckmin, lembrando que a legislação paulista proíbe a venda de bebidas alcoólicas nos estádios e teria que ser mudada para atender aos interesses da Fifa na Copa.
Serra afirmou que o governo federal está tentando se desfazer de uma questão incômoda e apenas empurrando o problema - a alteração no artigo 13 do Estatuto do Torcedor, que proíbe o porte de "bebidas ou substâncias proibidas ou suscetíveis de gerar ou possibilitar a prática de atos de violência" nas arenas esportivas. "O que estão fazendo é simplesmente tentando se desfazer do problema e o problema continua existindo. Por que não bancam a alteração do Estatuto do Torcedor?", indagou Serra.
FONTE: O ESTADO DE S. PAULO
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