Líder petista na Câmara, que sequer integra comissão, deu as cartas no
primeiro dia e evitou convocação de procurador-geral
BRASÍLIA - No dia de estreia da CPI do Cachoeira, o PT deixou claro que vai
ditar os rumos da CPI. Já na primeira sessão, rejeitou até pedido de aliados. À
frente do bloqueio, o líder petista na Câmara, Jilmar Tatto (SP). Ele barrou o
pedido do senador Fernando Collor (PTB-AL) para levar o procurador-geral da
República, Roberto Gurgel, à comissão.
A tropa de elite do PMDB, principal aliado do Planalto, nem entrou em campo.
Collor queria que Gurgel fosse à CPI para explicar como se deram as
investigações das operações Vegas e Monte Carlo, da Polícia Federal. Nelas,
ficaram explícitas relações suspeitas entre o bicheiro Carlinhos Cachoeira e
autoridades e empresários – o que motivou a abertura da CPI no Congresso.
Tatto, que sequer integra a comissão, trabalhou para derrubar a convocação
por acreditar que, antes de qualquer convocação, a CPI tem de ter acesso aos
inquéritos, que estão no Supremo Tribunal Federal (STF) e na Procuradoria-Geral
da República (PGR). Petistas discordam de Tatto. Querem saber por que Gurgel
deixou as investigações paradas na PGR de 2009 até agora.
– A CPI precisa dar um prazo para o relator fazer um plano de trabalho –
disse Tatto.
No primeiro dia, oposição apresentou requerimentos
O relator, deputado Odair Cunha (PT-MG), está sendo orientado por Tatto e
por Paulo Teixeira (PT-SP) na largada da comissão. A oposição apresentou
dezenas de requerimentos. Os pedidos vão desde a convocação do subchefe de
Assuntos Federativos da Secretaria de Relações Institucionais da Presidência da
República, Olavo Noleto, até uma acareação entre o ex-diretor do Departamento
Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit) Luiz Antonio Pagot e Cachoeira.
Pedidos para oitivas com os governadores de Goiás, Marconi Perillo (PSDB), e do
Distrito Federal, Agnelo Queiroz (PT).
Apenas o pedido da íntegra dos inquéritos, bancado por Tatto, foi adiante
ontem. De posse dos documentos, os deputados e os senadores da base vão fazer
os requerimentos de quebra de sigilo bancário, fiscal e telefônico dos
envolvidos.
FONTE: ZERO HORA (RS)
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