SÃO PAULO - O presidente nacional do PT, deputado Rui Falcão, afirmou ontem que "nenhuma pessoa deve estar acima da lei no Brasil", em referência à possibilidade de o procurador-geral da República, Roberto Gurgel, ser investigado pela CPI do Cachoeira.
"[A investigação de Gurgel] É uma questão que está em debate na CPI e é da atribuição dela adotar as resoluções que entender. No Brasil nenhuma pessoa deve estar acima da lei."
No início do mês, Gurgel recusou convite para depor na CPI.
Disse que não poderia participar como testemunha, uma vez que terá que oferecer a denúncia ao Supremo Tribunal Federal sobre o inquérito do caso.
Parte da base aliada, no entanto, continua a questionar o comportamento de Gurgel em relação à Operação Vegas, de 2009, que não teve sequência na Procuradoria. Por isso, cogitam convocá-lo a depor na CPI.
"Se soubéssemos antes das eleições de 2010, através de uma divulgação ampla do Ministério Público, da imprensa, talvez Demóstenes Torres não fosse hoje senador", completou.
Gurgel diz que o material da Vegas não era suficiente para pedir inquérito contra Demóstenes e que, graças à sua atitude, a apuração pode continuar na Monte Carlo, a operação atual.
Falcão negou que as críticas a Gurgel tenham como objetivo enfraquecer o procurador-geral diante da proximidade do julgamento do mensalão, do qual ele é responsável pela acusação.
"Primeiro, não temos esse poder [enfraquecer Gurgel]; segundo, não temos esse desejo", disse.
Em vídeo postado em seu site em abril, porém, Falcão disse que "a bancada do PT na Câmara e no Senado defendem uma CPI para apurar esse escândalo dos autores da farsa do mensalão".
Anteontem, Gurgel disse que as críticas a ele são feitas por quem tem "medo do julgamento do mensalão".
FONTE: FOLHA DE S. PAULO
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