Bruno Boghossian, Felipe Frazão, Ricardo Chapola
O candidato do PSDB a prefeito de São Paulo, José Serra, defendeu ontem sua estratégia de aproximação com líderes religiosos como o apóstolo Valdemiro Santiago, da Igreja Mundial do Poder de Deus. “São setores da sociedade. É muito importante você se aproximar,conversar, falar, expor suas ideias. É legítimo”, justificou o candidato do PSDB. Serra esteve no domingo, com o prefeito Gilberto Kassab (PSD),no templo do Brás da igreja, quando recebeu uma bênção do apóstolo, conforme o Estado noticiou ontem. A mesma estratégia do tucano foi adotada, ontem, por um rival direto na disputa – o candidato do PRB, Celso Russomanno –, que foi recebido na igreja Sinos de Belém, onde recebeu a bênção do missionário Josias Joaquim de Souza. Com a casa cheia, o condutor do culto evangélico convocou os fiéis a abençoar a “campanha maravilhosa, que vai ser muito boa para todos nós”. Num discurso breve, Russomanno relembrou sua história pessoal e a morte da ex-mulher em um hospital. “Era Deus que estava lá”,afirmou.“Deus levou minha mulher para dar caminho à minha vida.”
Sem tempo. Ontem, Serra disse que nem sequer teve tempo de discutir sua candidatura com o fundador da Igreja Mundial. “Praticamente não conversei (com ele). Foi tudo muito rápido”,disse.A equipe de Serra considerou a bênção do apóstolo Valdemiro uma manifestação indireta de apoio à candidatura tucana – na verdade, a legislação proíbe declarações de apoio ou propaganda em templos religiosos.
Aliados do líder da Igreja Mundial teriam dado garantias de que ele não pretende abençoar outros candidatos a prefeito. No último fim de semana,Serra também recebeu o apoio do pastor Deiró de Andrade, da Assembleia de Deus em São Mateus, zona leste. A igreja conta com 300 templos religiosos e tem laços com uma ala da Assembleia de Deus comandada pelo pastor Samuel Ferreira, que vai apoiar o candidato do PMDB,Gabriel Chalita. Serra já recebeu também o apoio de outras igrejas, como a Convenção Geral da Assembleia de Deus e a Igreja Brasil para Cristo. Sua equipe também busca estreitar relações com padres católicos, especialmente na periferia.
FONTE: O ESTADO DE S. PAULO
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