Cerca de 50 petistas de várias tendências internas participaram, ontem, de um ato "em defesa do partido" no Sindicato dos Trabalhadores em Telecomunicações (Sinttel), no Recife. A tônica do encontro foram as críticas ao "julgamento político" realizado pelo Supremo Tribunal Federal (STF) no processo do mensalão e à postura "golpista" de parte da grande mídia.Havia um consenso entre os participantes de que a condenação de expoentes do PT - casos de José Dirceu, José Genoino e Delúbio Soares - se deu sem provas e de que se tratou de uma iniciativa articulada pela "direita conservadora" para atingir o partido, procurando desconstruir sua imagem consolidada nos últimos 10 anos de governo.
Comandaram o ato o deputado federal Fernando Ferro, o ex-presidente estadual do PT Jorge Perez, o presidente da CUT-PE, Sérgio Goiana, e o militante Edmílson Menezes, coordenador da corrente "O Trabalho". A deputada estadual Teresa Leitão, que participaria do evento, teve que se ausentar antes do início. Mas nenhuma liderança ligada aos atuais dirigentes estaduais do partido esteve presentes.
"Nossa preocupação é que há um movimento de cerco, de conspiração contra o PT por setores da direita e setores da mídia. Precisamos estar ciente disso e discutir internamente", alertou Fernando Ferro.
Os nomes dos condenados no mensalão quase não foram mencionados durante a reunião, salvo em uma ocasião, citados na fala de Jorge Perez. Tanto Perez quanto Ferro chegaram a afirmar que parte do PT cometeu erros - "por ter incorporado vícios do atual sistema político", segundo Perez -, mas logo em seguida dirigiram críticas ao perfil "reacionário" do STF.
A ideia dos participantes é fomentar esse debate internamente e até promover atos de rua em defesa da legenda. O ato também serviu para Ferro criticar a direção estadual petista, por não abrir um debate de avaliação sobre o resultado das eleições municipais.
Fonte: Jornal do Commercio (PE)
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