Governador Eduardo procura desfazer clima de "guerra fria" entre PSB e PT, realçado na visita da presidente Dilma Rousseff
Otávio Batista
Um dia depois de Serra Talhada virar palco da "guerra fria" PSB-PT na corrida antecipada para o Palácio do Planalto, durante a visita da presidente Dilma Rousseff (PT) ao Sertão do Pajeú, o governador Eduardo Campos (PSB) comentou ontem - em entrevistas no Recife e em Brasília - os discursos adotados pela presidente e sua ministra do Planejamento, Miriam Belchior, procurando desconsiderar a interpretação de que, ao realçar o papel da União no crescimento econômico de Pernambuco, os gestores federais tenham mandado um recado direto ao presidenciável socialista.
"A presidente Dilma não é mulher de mandar recados, e nem eu sou homem de receber recados. Ela não é dada a esse tipo de conversa e nem eu", disparou Eduardo Campos, à tarde, antes de entrar para a audiência pública sobre a MP dos Portos, no Senado Federal (leia sobre a audiência em Economia).
Horas antes, no Recife - após evento do comitê organizador da Copa das Confederações -, o governador já havia adotado o mesmo tom, mesmo lembrando que "a União, como arrecada mais, tem condições de fazer mais". Ele ressaltou que o dinheiro federal é "do povo", "do contribuinte", e defendeu as parcerias.
"Tem sido da tradição do PSB e da nossa formação política que nós nos colocamos sempre em torno de projetos, de valores, de ideias. Nosso compromisso é com o o povo. Nosso compromisso é com um projeto de País. Compromissos pessoais são típicos das relações pessoais, os compromissos políticos são coletivos. Então, temos compromisso com o povo, que é da minha tradição política, que é da escola que eu venho, e isso não se dá em torno de pessoas. Porque essa é a velha política", afirmou. "Nem eu, nem a presidente Dilma somos dados a dizer as coisas pela metade, dizemos por inteiro", completou.
Na visita ao Sertão, o governo federal anunciou um aporte de R$ 3,1 bilhões em Pernambuco (contando com a contrapartida estadual). O governador colocou o gesto da presdiente como um "ato federativo" que deve ser repetido entre União e Estados para "ganhar 2013". E fez questão ainda de reiterar a posição de "independência" do PSB no processo político.
"O importante é que cada um faça o esforço de integração para fazer as obras. Não é ficar discutindo quem fez, quem não fez, tudo isso é feito com o dinheiro do povo, do contribuinte. A sociedade é quem paga tudo isso".
O governador defendeu ainda que os investimentos do governo federal chegam para obras que eram "alinhavadas" em parceria com o governo de Pernambuco, no mesmo tom dos aliados escalados para fazer sua defesa na segunda-feira - os deputados Guilherme Uchoa (PDT) e Waldemar Borges (PSB), respectivamente presidente da Assembleia e líder do governo estadual. Ele comparou também o gesto da presidente com o que fez com os prefeitos pernambucanos, recentemente, ao criar os Fundo de Desenvolvimento Municipal.
Fonte: Jornal do Commercio (PE)
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