O pré-candidato a presidente mais badalado pela mídia até agora é o governador de Pernambuco, Eduardo Campos, do PSB. Ele terá de fazer cálculos complexos antes de anunciar sua decisão de entrar (ou não) na corrida pelo Palácio do Planalto no ano que vem.
A favor do projeto do pernambucano só há dois cenários, ambos temerários. O primeiro e mais otimista é que Campos poderia atropelar Dilma Rousseff. Surfaria na fadiga de material do PT, há mais de uma década no poder. Sairia vencedor em 2014.
Esse desfecho não é impossível, embora seja altamente improvável, dadas as condições atuais. O governo do PT despeja milhões de reais no mercado. Dá dinheiro quase de graça para empresas tomarem emprestado. Corta impostos a granel. Fortalece programas sociais. São medidas que não consertam a economia, mas empurram a conjuntura de hoje até a campanha eleitoral de 2014. Aí fica difícil fazer oposição.
O segundo cenário supostamente favorável a Campos é ainda mais frágil: como candidato, mesmo perdendo, ele acumularia forças para 2018. Na história política presidencial recente, essa estratégia deu certo apenas para Luiz Inácio Lula da Silva -que era um líder sindical já conhecido nacionalmente desde sempre e tinha por trás de si o PT. Campos não é Lula, muito menos o PSB é o PT.
Se os fatores pró-candidatura de Campos são frágeis, os riscos são muito mais robustos. Com quem o PSB poderia se coligar nos 26 Estados e no Distrito Federal para eleger deputados, senadores e governadores? Só partidos nanicos. Os principais estarão alinhados a Dilma Rousseff ou a outros candidatos -Aécio Neves (PSDB) e Marina Silva (Rede).
Também parece óbvio que o PT tentará dizimar Campos e o PSB logo após o eventual rompimento. Há risco real de ele e seu partido saírem do processo menores do que entraram. Tudo isso será bem ponderado até março ou abril de 2014.
Fonte: Folha de S. Paulo
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