- Folha de S. Paulo
Dilma comparou a atual má vontade com a economia com a má vontade que precedeu a Copa.
"O mesmo pessimismo que ocorreu com a Copa está havendo com a economia brasileira. E com a economia é mais grave, porque economia é feita de expectativa", reclamou na sabatina desta segunda (28), no Palácio da Alvorada.
Há, porém, uma diferença enorme entre a disposição negativa diante da Copa e da economia. A da economia é calcada, não em impressões e em manifestações de rua, mas sim em dados concretos feitos por especialistas --do Banco Central e da área econômica, inclusive, além da indústria e de agências de avaliação.
Todos eles, num movimento simultâneo e sempre na mesma direção, vêm reduzindo a expectativa de crescimento da economia mês a mês, implacavelmente. E não é apenas um problema de expectativa, mas de constatação. Tanto devem ter lá seus motivos que a própria Dilma tratou de arranjar motivos e justificativas.
Depois de passar três anos e meio sob críticas e levando bronca do ex-chefe e padrinho Lula, ela distribuiu a responsabilidade pelos fiascos: "Todos nós erramos", disse, admitindo que Lula e ela própria avaliaram mal a crise internacional de 2008. O então governo minimizou o impacto da crise no Brasil e se limitou a medidas administrativas. (Na época, Lula chegou a dizer quer era só "uma marolinha", lembra?)
O resultado é que a presidente e candidata tem efetivamente resultados pífios. Para Lula, são culpa dela; para Dilma, foi erro de avaliação de ambos. Agora, ela nega crise, mas não corrigiu as previsões de PIB e declarou que a inflação vai ficar no teto da meta (logo, fora da meta de 4,5%).
Dilma menosprezou sua rejeição: "Temos mudanças e reversões muito rápidas; 45 dias antes da Copa mais de 70% dos brasileiros achavam que seria um desastre. Depois, 80% achavam que tinha sido uma boa Copa".
Bem, Copa é Copa, economia é economia, eleição é eleição...
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