• Dilma abre 9 pontos no Ibope e tem 38% contra 29% de Marina; no 2º turno, ambas estão com 41%
Julianna Granjeia e Júnia Gama – O Globo
SÃO PAULO, BRASÍLIA E PORTO ALEGRE - A pouco menos de duas semanas das eleições, pesquisa Ibope encomendada pela Rede Globo e o jornal "O Estado de S.Paulo", divulgada ontem, reforça a polarização e um provável segundo turno entre a presidente Dilma Rousseff (PT), que disputa a reeleição, e a candidata do PSB, Marina Silva (PSB). Dilma oscilou dois pontos positivamente e aumentou para nove sua vantagem sobre Marina: tem 38% contra 29% da adversária, que oscilou um ponto para baixo, em relação ao levantamento anterior. A pesquisa indica que a sucessão de críticas do PT a Marina surtiu efeito: a rejeição à ex-senadora passou de 14% para 17%, acima da margem de erro de dois pontos. Ainda assim, Dilma continua sendo a mais rejeitada, com índice de 31%, um a menos do que na última sondagem, feita de 13 a 15 deste mês.
A pesquisa mostra ainda a estagnação na campanha do candidato do PSDB, Aécio Neves. Num intervalo de uma semana, o tucano manteve 19% de intenção de votos. O seu índice de rejeição (19%) também não mudou.
Na simulação para segundo turno, Marina perdeu dois pontos percentuais e viu Dilma empatar com ela numericamente. As duas estão com 41%. No levantamento anterior, havia um empate técnico: Marina com 43% e a presidente com 40% . Caso o tucano chegue ao segundo turno, ficaria 11 pontos atrás da atual presidente (35% a 46%). Na simulação com Marina, perderia de 44% a 31%.
Em relação às menções para presidente da República ainda no primeiro turno, Pastor Everaldo (PSC) manteve 1%; outros candidatos, somados, obtiveram 2%. Os eleitores indecisos somam 5%, enquanto 7% pretendem votar nulo ou em branco.
A soma de todas as intenções de voto totaliza 101%. Segundo o Ibope, nessa rodada alguns candidatos tiveram índices terminados em 0,5% e que foram arredondados para o número inteiro superior mais próximo, sendo comum a soma total variar entre 99% e 101%.
O número de eleitores que avaliaram o governo petista positivamente oscilou de 37% para 39%. Não houve alteração nas taxas dos que consideram a administração regular (33%) e ruim ou péssima (28%).
O Ibope ouviu 3.010 eleitores de 296 municípios entre 20 e 22 de setembro. A margem de erro do levantamento é de dois pontos porcentuais para mais ou para menos. A pesquisa foi registrada no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) sob o protocolo BR-00755/2014.
A vantagem que Dilma abriu sobre Marina animou o comando petista. Havia um temor no comitê de reeleição da presidente que Marina voltasse a crescer na reta final das pesquisas, mas o resultado foi visto como motivo de comemoração pelo PT. O líder do partido no Senado, Humberto Costa (PE), destacou o fato de Dilma estar agora empatada com Marina na simulação de segundo turno.
- Fiquei muito satisfeito porque demonstra a força que candidatura da presidente Dilma tem. Enquanto isso, vemos que a curva descendente de Marina é uma coisa real, confirmada em todas as pesquisas. E a vantagem que ela tinha no segundo turno também está desaparecendo - avaliou Costa.
O senador destacou que o PT deverá continuar investindo nas críticas a Marina, embora de forma "mais leve":
- Marina começou bem porque representava uma novidade, não era conhecida, suas posições não eram claras. Por essa razão, não havia rejeição a ela. Acho que agora, no final da campanha, Dilma deve mostrar o que fez, suas propostas, e muita rua. Essa coisa de bater na Marina vai ser mais leve - disse o petista.
Ontem em Porto Alegre, Marina se disse "tranquila e feliz" com o desempenho de sua candidatura e atribuiu a queda registrada no Ibope ao "momento eleitoral":
- Estamos tranquilos em relação a tudo isso, porque enfrentar não sei quantos mil vereadores, deputados, senadores, 20 mil cargos de confiança, 11 minutos de televisão contra dois, uma aliança que não se explica com Sarney, com Collor, com Renan, com Maluf, com Jader Barbalho, e, mesmo assim, estarmos onde estamos, olha, é para comemorar. É por isso que, mesmo com esse ponto a menos, vocês podem notar que estou tranquila, estou feliz - disse a candidata.
Em nota, a coligação Muda Brasil, de Aécio, disse que a campanha "está otimista com a reta final da campanha" e que os números divulgados nas pesquisas "apontam para crescimento das intenções de voto em seu nome". O deputado Duarte Nogueira (PSDB-SP), da coordenação da campanha de Aécio, afirmou que o PSDB recebeu positivamente a variação negativa de Marina, o que, em sua opinião, aumenta as chances de Aécio.
- O que houve foi uma variação de Dilma em cima da margem de erro. Aécio vai continuar fazendo uma campanha propositiva. A queda da Marina acentua a possibilidade de Aécio ir para o segundo turno e vencer a Dilma. As grandes viradas sempre acontecem no final - disse Duarte. (Colaborou Flavio Ilha)
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