• Engenheiro Ildefonso Colares Filho, que trabalhou na Queiroz Galvão e preso na Lava Jato, detalha em depoimento contribuições de construtora a campanhas eleitorais
Ricardo Brandt e Fausto Macedo – O Estado de S. Paulo
O engenheiro civil Ildefonso Colares Filho, que trabalhou durante cerca de 40 anos na Queiroz Galvão, afirmou que a construtora fazia contribuições durante as campanhas eleitorais aos partidos políticos que “mais se caracterizam com as características da empresa”. Em depoimento à Polícia Federal, no Paraná, onde está preso por suspeita de envolvimento com o cartel das empreiteiras na Petrobrás, Colares citou como recebedores de doações da Queiroz Galvão o PT, o PMDB, o PP e “mais alguns”.
A PF indagou do executivo qual era o critério para as contribuições. “O primeiro critério era o limite, sempre aquém do permitido. A gente dava para aqueles partidos que mais se caracterizam com as características da empresa, ligados ao crescimento da infraestrutura.”
Indagado se conhece tesoureiros ou arrecadadores de algum partido político, ele respondeu. “Conheço o João Vaccari do PT, na época em que eu estava na empresa.” Citou, também, o ex-deputado José Janene (PP-PR), morto em 2010.
Numa pergunta ao ex-dirigente da Queiroz Galvão, a PF afirmou que os primeiros delatores da Operação Lava Jato – Paulo Roberto Costa (ex-diretor de Abastecimento da Petrobrás) e o doleiro Alberto Youssef -, afirmaram que o atual diretor de Abastecimento da estatal, José Carlos Cosenza, também recebeu propinas do esquema de corrupção. “O sr. confirma essa informação?”, perguntou o delegado. “Não”, respondeu Ildefonso Colares Filho.
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