quarta-feira, 21 de janeiro de 2015

Bernardo Mello Franco - O maior perdedor

- Folha de S. Paulo

A disputa pela presidência da Câmara dos Deputados está cada vez mais parecida com um filme de quinta, em que os atores não convencem em seus papéis e o público sabe quem vai morrer no final.

O nível do debate já rastejava na troca de insultos entre os candidatos Eduardo Cunha (PMDB-RJ) e Arlindo Chinaglia (PT-SP). Ontem desceu ao subsolo, na entrevista convocada pelo peemedebista para se dizer vítima de um grampo forjado.

Cunha tem chamado a atenção pela campanha milionária. Em menos de dois meses, desembarcou de jatinho nos 26 Estados e no DF, façanha que nenhum presidenciável conseguiu igualar em 2014. Há uma diferença importante: Dilma e Aécio tinham que viajar em busca de mais de 110 milhões de votos, e o deputado fluminense só precisa do apoio de 257 colegas para se eleger.

Do lado de Chinaglia, a principal arma é o patrocínio do governo, que adia até o limite as nomeações para o segundo e o terceiro escalões da máquina federal. Bancos públicos, autarquias e superintendências estão acéfalos desde dezembro, enquanto seus cargos de comando são negociados no balcão partidário.

O oposicionista Júlio Delgado (PSB-MG) tenta correr por fora, mas é sabotado por tucanos que preferem tapar o nariz e apoiar o peemedebista para evitar o risco de uma vitória do candidato do PT.

Apesar das desavenças, Cunha e Chinaglia têm algo em comum. Já prometeram inúmeras benesses aos deputados, de aumentos salariais à construção de um novo prédio de gabinetes que custará mais de R$ 400 milhões. Seja qual for o resultado do duelo, o maior perdedor já está definido: o contribuinte.
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O governo de Santa Catarina precisa explicar o empenho de suas polícias para encobrir, por um dia e meio, o nome do PM Luís Paulo Mota Brentano. Foi ele quem matou a tiros o surfista Ricardo dos Santos.

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