• Após queixas de Lula, presidente monta agenda de encontros com setores sociais
• Na avaliação da sigla, é estratégico que petista estreite laços com movimentos sociais para superar atual crise
Gustavo Uribe, Catia Seabra – Folha de S. Paulo
SÃO PAULO - Sob influência do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, a presidente Dilma Rousseff deu início a um esforço de reaproximação com centrais sindicais e movimentos sociais que apoiaram sua reeleição no ano passado.
O afastamento da petista dos grupos que compõem a base social do partido vinha sendo criticado pelo comando nacional do PT, que considera estratégico o movimento para superar a crise enfrentada pelo Palácio do Planalto.
Com o propósito de reestabelecer a relação, a Secretaria Geral da Presidência da República articula para as próximas semanas agenda de encontros e reuniões da petista com movimentos sociais, entre eles entidades de defesa dos direitos humanos, da igualdade racial e de gênero e de combate à miséria.
A petista informou ainda ao presidente nacional do PT, Rui Falcão, que até o final deste mês marcará uma data para um encontro, no Palácio do Planalto, com centrais sindicais historicamente ligadas ao partido.
A principal delas, a CUT (Central Única dos Trabalhadores) tem feito críticas públicas ao ajuste fiscal promovido pelo ministro da Fazenda, Joaquim Levy.
Além disso, a própria Secretaria Geral deve passar por uma reestruturação. O governo federal pretende dar status de secretaria aos departamentos de Diálogos Sociais e de Participação Social, em uma demonstração de comprometimento do governo federal com as entidades civis.
O movimento de reaproximação da presidente teve início na semana passada, quando ela abriu espaço em sua agenda para se reunir com representantes do Conselho Nacional de Saúde e da Confederação Nacional dos Trabalhadores na Agricultura.
Em outro aceno para as bases sociais do partido, a petista se posicionou contra a redução da maioridade penal.
Em conversas recentes com petistas e sindicalistas, Lula se queixou da atuação da presidente diante do atual momento de turbulência.
O petista avaliou que Dilma precisa reagir, considerou que ela tem de se aproximar das bases sociais do partido e lembrou ter contado com o apoio das centrais sindicais durante a crise do mensalão, em 2005.
"Dilma, se tem gente para te defender para sair dessa enrascada, é esse pessoal aqui", discursou na última terça-feira (14), em evento na capital paulista, apontando aos sindicalistas presentes.
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