• Escolha de presidente da sigla e eleições municipais serão teste ano que vem
- O Globo
- BRASÍLIA- Encontrar um nome que unifique o partido é a primeira dificuldade para o PMDB, mas não a única. Para o deputado Lúcio Vieira Lima (PMDBBA), não será simples construir um discurso, e há um risco grande de o partido ficar perdido em meio a uma disputa que desde 1994 se polariza entre dois nomes — um representando o governo e o outro, a oposição:
— Você tem espaço para uma candidatura de governo e outra de oposição. A terceira via não deu certo. O Temer foi para o coração do governo agora, ao assumir a articulação política. A vontade do partido é essa, mas tem esse dificultador: com que discurso você vai concorrer? O PT não abre para ninguém. O PMDB teria que ir para a oposição, e você não constrói isso da noite para o dia. E esse espaço também já está ocupado.
Além de Paes, o nome de Temer é citado como possibilidade, mas sua eventual candidatura está atrelada ao sucesso do governo Dilma. Já Eduardo Cunha teria dificuldade, segundo integrantes do PMDB, devido a conflitos assumidos com trabalhadores, como o projeto que regulamenta a terceirização para atividades-fim, e com o movimento LGBT (Lésbicas, Gays, Bissexuais e Travestis). Ele é contra, por exemplo, a união homoafetiva. O presidente da Câmara teria o apoio, no entanto, de evangélicos.
Pessoas próximas a Temer afirmam que se lançar candidato a presidente da República não está em seu horizonte neste momento, mas que ele também não pode descartar essa possibilidade.
O primeiro passo para a viabilização de uma candidatura própria será a eleição para a presidência do partido, no ano que vem. O grupo que conquistar a direção da sigla terá mais chances de construir maioria para a convenção partidária em 2018. Se Temer for bem-sucedido na articulação política, ele se fortalece para se reeleger presidente do PMDB ou indicar alguém de sua confiança para o cargo.
Integrantes do PMDB afirmam que as eleições municipais do ano que vem serão um teste para 2018.
— O PMDB vai fazer em 2016 seu grande teste para ver se manterá a hegemonia política nacional. Temos o maior número de prefeitos e vereadores. As eleições de 2016 nos darão a dimensão para trabalhar 2018 — afirmou o ministro Eliseu Padilha (Aviação Civil).
No caso das eleições estaduais, a avaliação é que não ter um candidato a presidente enfraquece os palanques regionais.
— Não ter candidatura nacional dificulta a candidatura nos estados, porque você acaba sendo o segundo palanque (do candidato a presidente) — disse Lúcio Vieira Lima.
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