Por Thiago Resende – Valor Econômico
BRASÍLIA - O presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), disse nesta segunda-feira que pode decidir sobre pedidos de impeachment contra a presidente Dilma Rousseff ainda nesta semana. Para isso, segundo ele, é preciso ter tempo para estudar os casos. O entregue pelo jurista Hélio Bicudo, um dos fundadores do PT, será o último a ser analisado.
“Já decidi sete na semana passada. Pretendo decidir todos obviamente antes do fim recesso. Restam sete. Dos sete que restam, na verdade não são sete. São quatro decisões, porque alguns estão englobados”, como o de Bicudo.
Esse é o pedido aguardado pela oposição. A partir do momento em que Cunha decidir, o processo de impeachment poderá ser aberto. Isso porque, mesmo que ele negue o andamento do pedido, parlamentares oposicionistas pretendem recorrer ao plenário da Câmara, que dará a palavra final.
“Posso decidir esta semana. Eu preciso ter o convencimento, como tive semana passada, para ter sete. Se tiver tempo para despachar, o farei. [...] Não consigo ter tempo para estudar continuamente”, justificou.
Ao ser questionado se ainda tinha apoio político na Casa, em função do processo que pode lhe custar o mandato, Cunha fez uma comparação com Dilma, frisando que não se perde a legitimidade de uma eleição por “qualquer questionamento”.
“A presidente da República tem um dígito de popularidade e não quer dizer que ela vai ter que deixar o Poder por causa disso. [...] Eu fui eleito e o momento da minha eleição acabou. Então, naquele momento, eu tive absoluta maioria da Casa sem o PT, sem o PSDB, sem o PSOL e sem o PPS. Então, se eles estão questionando, podem questionar à vontade. Eu não vou tirar legitimidade da minha eleição em função de qualquer questionamento como você não pode tirar a legitimidade da presidente da República por questionamento. Você pode ter outro tipo de contestação de natureza legal. Mas a legitimidade da eleição ninguém pode tirar”, afirmou.
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