Por Fernando Taquari, César Felício e Maria Cristina Fernandes
SÃO PAULO - A manobra do presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), que impediu na semana passada que o Conselho de Ética deliberasse sobre o parecer que pede sua cassação foi um erro que deve precipitar sua renúncia. A análise é de um líder de oposição que acredita que Cunha perdeu apoio político no Congresso com a decisão de suspender a sessão do conselho e tem cada vez menos respaldo entre os deputados.
A renúncia do pemedebista seria uma alternativa menos traumática que a eventual cassação, entende o parlamentar. A oposição deve passar a trabalhar nos bastidores com aliados de Cunha para convencê-lo a deixar o cargo ainda neste ano. A renúncia é vista pelos oposicionistas como o primeiro passo para garantir o impeachment da presidente Dilma Rousseff.
Oposição aposta em renúncia ao comando da Câmara
A manobra do presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), para impedir na semana passada a deliberação no Conselho de Ética do parecer preliminar que pede a cassação do seu mandato por quebra de decoro parlamentar foi um erro que deve precipitar sua renúncia. A análise foi feita por um líder de oposição que acredita que Cunha perdeu apoio político no Congresso com a decisão de suspender a sessão do conselho, estratégia considerada equivocada pelos próprios aliados, e tem cada vez menos respaldo dos demais deputados.
Neste sentido, a renúncia do pemedebista seria um caminho menos traumático do que a eventual cassação, disse o parlamentar. A oposição deve passar a trabalhar nos bastidores com aliados de Cunha para convencê-lo a deixar o cargo neste ano. A renúncia é vista pelos oposicionistas como um primeiro passo para garantir o impeachment da presidente Dilma Rousseff.
A evolução do processo, segundo o parlamentar, vai depender de como votarão os três deputados petistas que compõem o Conselho de Ética. "Hoje a saída dele (Cunha) virou fundamental. Não podemos avançar no impeachment, sem dar o primeiro passo, que é a sua renúncia", afirmou o dirigente oposicionista. "
Pode até ser ele que inicie o processo de afastamento da Dilma, mas não será ele quem conduzirá", acrescentou. A oposição aposta que o pemedebista se aliou ao governo petista nas últimas semanas em um pacto de não agressão.
Além disso, para os deputados de oposição, a ideia de Cunha de recorrer à Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) para apontar supostas falhas do presidente do conselho, José Carlos Araújo (PSD-BA), na condução do caso revelaria um jogo duplo do deputado baiano, tido como um interlocutor do ministro da Casa Civil, Jaques Wagner. O ex-governador da Bahia foi escalado por Dilma depois da reforma ministerial para buscar uma reaproximação com o pemedebista, que virou oposição com o cerco da Operação Lava-Jato.
Hoje, o Conselho de Ética volta a se reunir para a leitura do parecer de admissibilidade do deputado Fausto Pinato (PRB-SP) que pede o andamento do processo contra Cunha. A expectativa é de que aliados do pemedebista peçam vistas para a adiar o procedimento por mais uma semana em uma estratégia de deixar a votação no conselho para 2016.
Na quinta-feira da semana passada, o presidente da Câmara abriu a ordem do dia no plenário mais cedo e determinou que todas as comissões que estivessem funcionando naquele momento fossem suspensas.
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