• Presidente pede apoio à CPMF e diz que não há alternativa ao aumento da carga tributária
Simone Iglesias, Catarina Alencastro e Eduardo Barretto - O Globo
Em reunião com os líderes aliados na Câmara, a presidente Dilma Rousseff afirmou que enviará ao Congresso dentro de 60 dias o projeto de Reforma da Previdência, “com ou sem acordo” dos integrantes do fórum criado pelo governo e que estuda o tema. Segundo o relato de parlamentares que participaram do encontro, que durou quase três horas no Palácio do Planalto, a presidente pediu apoio à reforma e reforçou o apelo pela aprovação da CPMF.
O ministro da Casa Civil, Jaques Wagner, disse que o empenho de Dilma em fazer a reforma da Previdência demonstra que ela não está preocupada com sua popularidade.
— A presidente não está preocupada em recuperar a popularidade, ela está preocupada com o bem do Brasil. Tanto é que está insistindo em fazer a reforma da Previdência, cujos efeitos imediatos não serão sentidos no governo dela — afirmou Wagner em curta entrevista no Palácio do Planalto.
Segundo o ministro, o governo não irá apresentar uma proposta na reunião do Fórum de Debates sobre Políticas de Emprego, Trabalho, Renda e Previdência Social, amanhã. O governo levará alguns pontos, como a necessidade de um período de transição.
— O importante não é ter consenso, mas que se chegue a uma convergência — defendeu.
Ao ouvir de deputados a sugestão de cortar gastos na área social como forma de não aumentar a carga tributária, Dilma rejeitou a ideia e disse que o governo está focando na fiscalização dos gastos.
Ao pedir pela CPMF, a presidente disse que cortou no ano passado R$ 130 bilhões e que não há alternativa a não ser elevar a carga tributária. Segundo parlamentares, a todo o momento em que falou na recriação do tributo, Dilma disse estar aberta a sugestões.
Segundo o líder do governo na Câmara, José Guimarães ( PT- CE), a prioridade do governo é agilizar o diálogo com o Congresso para passar a CPMF até maio. Ele disse que a oposição será procurada para discutir o assunto e lembrou que o Congresso já avalizou a recriação do imposto, ao aprovar o Orçamento de 2016 com essa previsão.
Nenhum comentário:
Postar um comentário