• Ex-ministra do Meio Ambiente no governo do petista diz que todos estão sujeitos a punição e que Justiça está fazendo seu papel, após ser questionada sobre as investigações que envolvem o ex-presidente
Gustavo porto - O Estado de S. Paulo
RIBEIRÃO PRETO - A ex-senadora e ex-candidata a presidente da República Marina Silva (Rede), afirmou, em entrevista ao Broadcast Político, serviço em tempo real da Agência Estado, que "ninguém está acima da lei", ao ser questionada sobre as investigações feitas contra ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva pela Polícia Federal e o Ministério Público. "Todos nós estamos sujeitos à Lei. Eu, o Lula, o (ex-presidente) Fernando Henrique (Cardoso), o (senador) Aécio (neves). Ninguém está acima da lei e Justiça está fazendo seu papel", disse.
"Eu não estou aqui para julgar as pessoas e vamos aguardar que seja feita a justiça", completou Marina. Lula, de quem Marina foi ministra do Meio Ambiente no primeiro mandato do ex-presidente, é investigado na Lava Jato por suspeitas de usar um sítio em Atibaia (SP) cuja reforma foi paga dinheiro de empreiteiras investigadas na operação.
Já o Ministério Público de São Paulo apura se o ex-presidente seria o proprietário de um apartamento no Guarujá (SP) reformado pela OAS. Lula nega o envolvimento nos casos e ainda que seja proprietário do imóvel. Marina citou a Justiça para ainda defender o aprofundamento das investigações do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) no processo que pode levar à cassação da chapa da presidente Dilma Rousseff (PT) e do vice-presidente Michel Temer (PMDB), vencedora das eleições em 2014. "Confiar na ação da Justiça e nas instituições é o que temos de fazer neste momento", afirmou.
Economia. A ex-senadora fez, na tarde desta terça, palestra a alunos na Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade de Ribeirão Preto da Universidade de São Paulo (FEA-RP/USP), na cidade do interior paulista. Durante o evento, Marina retomou as críticas à economia brasileira e afirmou que o País tem "cinco planos econômicos", o que gera o descrédito de investidores.
"Temos o plano do Renan (Calheiros), do PMDB, do PT via Fundação Perseu Abramo, do (ex-ministro) Joaquim Levy e o do atual ministro (Nelson Barbosa). Como investidores vão acreditar, se temos cinco planos econômicos?", indagou. Durante a palestra sobre responsabilidade social e ambiental, Marina considerou que o País vive um grave problema de "corrupção", mas avaliou que as mudanças não dependem de todos. "Enquanto achar que é problema da Dilma, Lula, Fernando Henrique, Sarney, ou dom Pedro I, não mudará. Mudará se for problema nosso", disse.
Além disso, Marina criticou a "fulanização" de conquistas ocorridas no País. "A estabilidade econômica não pode ser do Fernando Henrique o ou do PSDB. A inclusão social não é do PT e do Lula", disse. "É preciso que a conquista seja institucionalizada e não fulanizada".
Indagada sobre o desastre ambiental ocorrido após o rompimento da barragem da mineradora Samarco, em Mariana (MG), a ex-ministra classificou o fato como um "crime" e pediu mudanças na legislação para ampliar a punição aos culpados. "Isso não foi um desastre, foi um crime. E é preciso transformar crimes dessa natureza em hediondos", concluiu.
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