• Temer aproveitará viagem para tentar atrair interessados em investir em projetos de infraestrutura do país
Gabriela Valente - O Globo
-BRASÍLIA- Após a reunião do G-20 na China, quando a preocupação do governo era afastar a ideia de que houve um golpe político no Brasil, o Palácio do Planalto quer aproveitar a ida do presidente Michel Temer à Assembleia Geral da ONU, em Nova York, para mostrar que, com o novo governo, o país já está em recuperação. Fora dos holofotes, o presidente tentará atrair interessados em investir nas concessões de infraestrutura.
O cerimonial do Palácio do Planalto teve trabalho para organizar uma maratona de reuniões bilaterais durante a viagem. Ao todo, serão 25 encontros bilaterais com o governo brasileiro.
Temer não participará de todos. Ele priorizou os estratégicos, como o presidenteexecutivo do Fórum Econômico Mundial, Klaus Schwab. No discurso do presidente, o ajuste das contas públicas que quer fazer e as mudanças nas expectativas desde que assumiu o cargo.
O Planalto também conseguiu um encontro diretamente com Ban Ki-Moon, secretário-geral das Nações Unidas, confirmado para amanhã.
Reunião com Uruguai
Portugal é o primeiro da lista de reuniões bilaterais. Hoje, Temer receberá o presidente português, Marcelo Rebelo de Souza, juntamente com Ban Ki-Moon. Na lista de interesses do Planalto, havia ainda a perspectiva de encontros com Palestina, Nigéria e Peru, mas não vingaram.
Com o presidente uruguaio, Tabaré Vázquez, Michel Temer tem a tarefa de azeitar a relação com o vizinho, que tem sido a única voz dissonante no Mercosul. O governo de esquerda tende a não isolar, como os demais, a Venezuela no bloco.
Além do Uruguai, há outros focos de interesse do governo brasileiro. Um deles é o Canadá. O ministro das Relações Exteriores, José Serra, tem a tarefa de vender a ideia de que investir nos projetos de infraestrutura é um bom negócio.
Assento em Conselho da ONU
Na agenda do ministro, devem estar 25 altos representantes de países investidores, como o Sheikh Abdullah bin Zayed Al Nahyan, dos Emirados Árabes Unidos. Serra também mira em países como a Itália para atrair investimentos e fazer uma aproximação comercial.
O presidente também quer consolidar o país como uma nação que respeita os direitos humanos. O governo pedirá para voltar a ter assento no conselho de direitos humanos da ONU.
No discurso de abertura da reunião das Nações Unidas, segundo fontes, Temer dirá que a política brasileira é centrada em paz, desenvolvimento sustentável e direitos humanos.
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