Por André Guilherme Vieira – Valor Econômico
SÃO PAULO - Relatório de análise da Polícia Federal (PF) anexado ao inquérito que apura a propriedade de um sítio em Atibaia (SP) - que a Lava-Jato afirma ser de Luiz Inácio Lula da Silva - aponta que a variação patrimonial de Luís Cláudio Lula da S
ilva, filho caçula do ex-presidente, é "formalmente incompatível" para o período de 2011 a 2013 e no acumulado de 2011 a 2014. O laudo, que conclui que houve evolução patrimonial compatível no ano de 2014, tem por base dados da Receita Federal.
“Foi constatado que variação patrimonial do senhor Luis Cláudio Lula da Silva é formalmente incompatível com as sobras financeiras correspondentes nos anos de 2011 2013, no acumulado do período (2011-2014), apresentando-se compatível no ano de 2014″, afirma o documento.
A PF fez o cruzamento do total de rendimentos declarados por Luís Cláudio à Receita com a movimentação financeira dele.
Em agosto, a PF solicitou a realização de perícias financeiras na documentação fiscal e bancária de Luís Cláudio, do irmão dele Fábio Luís, e de seus sócios Fernando Bittar e Jonas Suassuna - os dois empresários são os donos de direito do sítio Santa Bárbara, de Atibaia (SP), que a Lava Jato afirma ser do petista. A perícia foi realizada também em empresas das quais são sócios, como a Gamecorp.
O relatório da PF dá destaque ao fato de que, em 2013, a "evolução patrimonial descoberto atinge valores superiores R$ 200 mil,quantia essa significativa frente à posição patrimonial do investigado".
O documento de análise também faz menção à LILS, empresa pela qual Lula recebeu por palestras realizadas no Brasil e no exterior, parte das quais pagas por empresas investigadas por corrupção e lavagem de dinheiro.
“Essa variação a descoberto em 2013 é decorrente, em grande parte, de gastos com cartão de crédito (superiores R$ 300 mil), conforme registros na movimentação bancária do investigado. Observe-se que dos cerca de R$ 1,43 milhão de rendimentos brutos do investigado no período de 2011 a 2014, aproximadamente R$ 246 mil foram oriundos da empresa LILS Palestras, R$ 780 mil da LFT Marketing [que pertence a Luís Cláudio], R$ 100 mil de pessoas físicas, R$ 200 mil da senhora Marisa Leticia”, relata o documento de análise da PF.
A reportagem tenta contato com a assessoria de imprensa de Luís Cláudio.
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