Por Luciano Máximo, Camilla Veras Mota e Estevão Taiar - Valor Econômico
SÃO PAULO - (Atualizada às 16h13) O ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, afirmou que não há caminho alternativo à aprovação das reformas do ajuste fiscal que não passe por aceleração da inflação e aumento de impostos. “Não há caminho alternativo às reformas, que não inflação e aumento da carga tributária”, declarou durante evento sobre infraestrutura promovido em São Paulo.
Ele destacou que um dos pontos importantes da agenda do saneamento das contas públicas é a redução do papel do Estado, em paralelo à queda da relação entre dívida pública e Produto Interno Bruto (PIB).
Meirelles ressaltou a votação “muito expressiva” da Proposta de Emenda Constitucional (PEC) 241, que limita o avanço dos gastos públicos à inflação do ano anterior, no primeiro turno da Câmara dos Deputados. “A aprovação da PEC já tem efeito positivo na percepção de agentes econômicos”, pontuou.
Ele voltou a afirmar que o ajuste tem capacidade, no médio prazo, de promover uma redução estrutural dos juros, movimento que seria relevante para o custo geral da economia.
O ministro reiterou a importância do ajuste fiscal em curso e destacou que ele compreende uma contenção “permanente e gradual” das despesas e, eventualmente, de aumento temporário de receita. Meirelles ressaltou que esse aumento de receitas, idealmente, não viria de impostos sobre valor adicionado, mas de instrumentos temporários, inclusive com recursos de concessões.
Ele voltou a lembrar que a dinâmica da arrecadação federal é pró-cíclica - ela aumenta em ritmo mais forte que o Produto Interno Bruto (PIB) quando a economia está em expansão e se contrai mais pronunciadamente em ciclos de recessão. Daí a importância da retomada da economia também para o saneamento das contas públicas.
Para ele, a retomada econômica "se dá em função de medidas que estão sendo postas" em discussão pela equipe econômica, como a PEC 241, o programa de concessões e, futuramente, a reforma da Previdência Social.
Meirelles falou de novo que os indicadores antecedentes de atividade começam a dar sinais positivos e que a confiança, após cinco anos em queda, volta a reagir. Segundo ele, os indicadores da economia brasileira estão "seguindo seu curso normal à medida que o país enfrenta sua maior recessão da história, que pode ser maior até que a recessão de 1929, 1930". Ele afirmou que não "dá para sair de uma depressão em poucos meses".
Em entrevista a jornalistas, o ministro disse que denúncias de corrupção envolvendo membro do governo Michel Temer no âmbito da operação Lava-Jato não prejudicam a retomada da confiança no avanço da econômica brasileira.
O ministro participou de evento da Associação Brasileira da Infraestrutura e Indústrias de Base (Abdib) e Amcham em São Paulo
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