Por Cristiane Agostine - Valor Econômico
SÃO PAULO - Fundadora do Rede Sustentabilidade, a ex-senadora Marina Silva afirmou que o Senado se enfraqueceu com a decisão do plenário do Supremo Tribunal Federal (STF) de manter o senador Renan Calheiros (PMDB-AL) no comando da Casa, apesar de o pemedebista ser réu e não entrar na linha de sucessão da Presidência da República. Para Marina, a medida, somada ao descumprimento de Renan da decisão judicial que determinou seu afastamento do cargo, fragiliza as instituições. Nesta semana, o Rede pediu ao STF a saída de Renan do cargo, em ação que desencadeou embate entre Judiciário e Legislativo.
"A manifestação que tivemos do Supremo criou uma situação muito delicada, à medida que diminui a instituição Senado. Cria-se a presidência do Renan, que não pode suceder o presidente da República", afirmou ao Valor em São Paulo, depois de participar do lançamento do livro "A República da Propina" do advogado Márlon Reis.
Marina afirmou que a decisão de Renan de desafiar o STF e descumprir liminar do ministro Marco Aurélio Mello, que determinou na terça-feira o afastamento da presidência do Senado, é "inédita " e tende a intensificar a crise política. "A sensação é que todos perdemos no atacado para que uma meia dúzia ganhasse no grito", afirmou.
"As instituições se enfraquecem dessa forma. Um ponto importante que tínhamos nessa crise era saber que havia uma superfície de sustentação, que vinha com toda dificuldade operando. De certa forma, criou uma fragilidade", disse Marina.
Em meio ao recrudescimento das crises política e econômica, a ex-candidata à Presidência reforçou a defesa da cassação da chapa que levou Michel Temer à Presidência, com a realização de eleição presidencial em 2017. "Neste momento o que a gente vê é um abismo chamando um outro abismo", disse.
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