• Pressionado pela reação do grupo reunido no centrão, Temer diz que não pode desagradar ‘uma ponta da base’
Cristiane Jungblut - O Globo
- FORTALEZA- O presidente Michel Temer confirmou ontem que o líder do PSDB na Câmara, Antônio Imbassahy (BA), será ministro de seu governo, mas deixou claro que antes quer resolver o conflito aberto com o grupo de partidos que forma o centrão. Em viagem ao Nordeste, Temer disse que “no momento oportuno” aproveitará o tucano, mas que as “circunstâncias políticas” é que definirão quando isso acontecerá. Temer disse que Imbassahy ainda não foi convidado para um cargo, mas que em breve conversará com o tucano.
— Tenho o maior apreço por ele, conversarei com ele, devo aproveitá-lo no governo, não tenho a menor dúvida disso. Mas tudo isso tem um momento certo. E o momento certo será definido pelos diálogos que eu terei ao longo do tempo. Vou ter várias conversas, e o momento oportuno as circunstâncias dirão — disse Temer, ao ser perguntado se a escolha ficaria para depois.
Aos parlamentares que o acompanharam, Temer disse que só vai fechar a configuração do governo no final de janeiro, deixando passar a eleição das novas Mesas da Câmara e do Senado. O presidente havia escolhido o tucano para ser o novo secretário de Governo, após reuniões com a cúpula do PSDB, mas houve reação do chamado “centrão”, grupo de parlamentares da Câmara ligado ao ex-presidente da Casa, Eduardo Cunha. Temer disse ter um “apoio extraordinário” do Legislativo e que “só governa porque tem diálogo com o Legislativo”:
— Nós temos uma base muito ampla, então eu não posso, especialmente tendo em vista o apoio extraordinário que o Congresso está dando a nossas medidas, desagradar uma ponta da base.
Num momento de crise e de delações envolvendo diretamente o seu nome e de ministros de seu governo, Temer falou em ética.
— As pessoas querem eficiência, ética na política. Os fatos foram levados a um ponto que levaram a esse ponto.
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