• Delator teria sido responsável pelo repasse de R$ 23 milhões a Serra
- O Globo
-SÃO PAULO- Por meio de nota, Geraldo Alckmin afirmou que somente os tesoureiros oficiais do comitê eleitoral foram autorizados a arrecadar fundos para sua campanha. No texto, o governador fez referência ao codinome “santo”, que já havia aparecido em outros documentos apreendidos pela PF, referentes a 2004, quando o tucano não disputou eleições. “É prematura qualquer conclusão com base em informações vazadas de delações ainda não homologadas”, diz o comunicado.
Dados do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) mostram que não houve doações oficiais da empreiteira a Alckmin. Em 2010, a petroquímica Braskem, controlada pela Odebrecht, doou R$ 100 mil para a direção do PSDB em São Paulo. Quatro anos depois, a empresa doou oficialmente R$ 200 mil ao comitê financeiro da campanha do governador.
Citado nas delações da Odbrecht como destinatário do caixa dois na campanha de 2014, o secretário de Planejamento, Marcos Monteiro, afirmou, por nota, que “é o tesoureiro do diretório estadual do PSDB-SP há dois anos e presta contas do fundo partidário à Justiça Eleitoral com regularidade”. Nas planilhas da construtora, ele seria “MM”.
Um dos executivos da Odebrecht que delatou Alckmin foi o ex-diretor Carlos Armando Paschoal, apontado como um dos responsáveis por negociar doações da empresa para campanhas políticas. Paschoal faz parte de um grupo de 77 funcionários da Odebrecht que assinaram acordo de delação premiada com a Justiça.
Conhecido como CAP, ele também teria sido o responsável, em 2010, pelo pagamento de R$ 23 milhões à campanha presidencial do atual ministro das Relações Exteriores, José Serra, via caixa dois. Segundo as delações da construtora, parte do dinheiro foi transferida por meio de uma conta na Suíça. No fim de outubro, quando o envolvimento de Serra foi noticiado, o ministro disse que não cometeu irregularidades e que não comentaria “supostas delações”.
A revista “Veja” publicou há duas semanas que Alckmin aparecia com o codinome “santo” nas listas de propina e caixa dois da Odebrecht apreendidas pela Polícia Federal. De acordo com a revista, o apelido estava associado a repasses na duplicação da rodovia Mogi-Dutra. O apelido apareceu em um e-mail de 2004 do executivo Marcio Pelegrino, responsável pela construção da linha 4-Amarela do Metrô, em que ele diz “ser preciso fazer um repasse de R$ 500 mil para campanha com vistas a nossos interesses locais”.
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