• Para integrantes do partido, recuo do Palácio do Planalto em confirmar Antonio Imbassahy como ministro gera desgastes desnecessários
Erich Decat Daiene Cardoso – O Estado de S. Paulo
/ BRASÍLIA - O recuo do Palácio do Planalto em anunciar o líder do PSDB na Câmara, Antonio Imbassahy (BA), como novo ministro da Secretaria de Governo levou integrantes da cúpula do partido a cobrar publicamente o presidente Michel Temer por uma solução rápida. No entendimento dos tucanos o “vai e vem” na nomeação expõe o partido e tem gerado desgastes desnecessário ao deputado.
“Acho importante o governo prover logo esse cargo. O nome do Imbassahy recebendo flechadas de todos os lados é muito ruim para ele. Ele não merece. Essa situação, de vai ou não vai, é ruim”, disse o líder do governo no Senado, Aloysio Nunes (PSDB-SP). O senador ressaltou, contudo, que, independentemente da decisão do Planalto, o PSDB vai manter o apoio ao governo no Congresso.
O desgaste com o episódio também foi motivo de críticas de integrantes do PSDB, reunidos anteontem em jantar oferecido pelo deputado Ricardo Tripoli (PSDB), em São Paulo. “Criou um mal-estar, não tenho dúvidas. Quem fez o convite tem de fazer o ‘desconvite’. Imbassahy é um cara querido, se não achar uma solução razoável, complica”, avaliou um deputado que participou do jantar realizado em homenagem ao deputado Bruno Covas, que deixará a Câmara para assumir como vice-prefeito de São Paulo.
Acerto. Até a tarde de anteontem, havia um acerto entre Temer e a cúpula do PSDB para que os tucanos assumissem a Secretaria de Governo em um novo formato, que abrigaria temas federativos e não apenas com a função de atuar na articulação política com o Congresso.
Segundo integrantes da cúpula do PSDB, a indicação de Imbassahy é também fruto de entendimento interno em que foram consultados líderes da bancada do Senado e da Câmara, governadores da legenda e o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso. Em razão disso, não há outro nome em negociação para o cargo, dizem os tucanos.
Segundo auxiliares de Temer envolvidos nas negociações, apesar das reações contrárias de parte do PMDB da Câmara e do Centrão, a indicação de Imbassahy não está descartada. Mas o vazamento “precipitado” das conversas entre o presidente e o PSDB fez com que a confirmação do deputado para a pasta ficasse em “stand by”. “É hora de esperar as coisas se acalmarem. O timing político para a indicação ainda não foi definido”, disse um auxiliar de Temer.
Antes de avançar na decisão, o presidente pretende consultar integrantes do PMDB no Congresso, considerados como detentores do cargo, ocupado até 25 de novembro por Geddel Vieira Lima (PMDB-BA)
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