André Ramalho | Valor Econômico
RIO - A presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Carmen Lúcia, disse ontem que a "palavra crise" não a "apavora nem um pouco". Durante conferência com magistrados e lideranças religiosas, no Rio, a ministra pregou a necessidade tolerância ao próximo e defendeu que o momento do país exige reflexão e que as instituições se repensem.
"Não me apavora nem um pouco a palavra crise, porque precisamos discutir o que é crise. Há duas formas de se ver crise: ou a crise é um desequilíbrio momentâneo... Ou a crise é uma ruptura ao final de um processo evolutivo. Acaba-se um modelo e vem um outro modelo. E neste momento em que já acabou o velho e não se começou o novo a ideia a se saber é que crise é essa que estamos vivendo. Vivemos um Brasil em crise, um mundo em crise, as instituições todas estão precisando de repensar para dar a melhor resposta que o cidadão espera do Estado", disse, ao discursar sobre as respostas do Judiciário no combate à violência.
Durante participação na "Conferência Brasil para a paz", a ministra encerrou o discurso afirmando que seu sonho para o Brasil "é muito maior do que aquilo" que tem feito, mas que o seu trabalho está "no limite" de sua "humanidade".
"O Brasil que eu sonho é muito maior do que aquilo que eu tenho sido capaz de colaborar para fazer, mas eu acordo todo dia querendo ser melhor para fazer o melhor para o Brasil. O que eu não dou conta é no limite da minha humanidade. Nunca foi por falta de humanidade, que eu acho que sobra muito no Poder Judiciário brasileiro, principalmente na sociedade brasileira", disse a ministra
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