- Blog do Noblat
O campeão da rejeição
A pesquisa de intenção de voto do IBOPE, divulgada há pouco pelo Jornal Nacional, só trouxe notícias ruins para o deputado Jair Bolsonaro (PSL), candidato a presidente.
Ele lidera a primeira pesquisa aplicada sem o nome de Lula. Mas se comparado ao de agosto, seu índice de intenção de votos no primeiro turno oscilou dentro da margem de erro.
Passou de 20% para 22%. Em compensação, cresceu o percentual dos eleitores que dizem que jamais votariam nele. Bolsonaro é o campeão da rejeição com 44%.
Em um eventual segundo turno, seria derrotado por Ciro Gomes (PDT), Marina Silva (REDE) ou Geraldo Alckmin (PSDB). Empataria com Fernando Haddad (PT).
Até o fim do primeiro turno, o esporte preferido dos principais candidatos à sucessão do presidente Michel Temer será o tiro ao alvo – no caso, Bolsonaro.
E ele não terá como se defender no rádio e na televisão.
As 7 coisas mais importantes da pesquisa IBOPE
O eleitor quer escolher
1) Ciro Gomes (PDT) foi o único candidato que cresceu nas intenções de voto para além da margem de erro da pesquisa, de dois pontos percentuais. É o que derrotaria, hoje, com mais folga Bolsonaro em um eventual segundo turno. Dos principais candidatos, é o que tem a menor rejeição. Com a saída de Lula, foi o que mais subiu no Nordeste.
2) Bolsonaro lidera. Ganha com folga entre os eleitores homens, os jovens na faixa dos 16 a 24 anos, no Centro Oeste e no Norte, e entre os eleitores com maior faixa de renda e maior nível de escolaridade. Sua rejeição só faz crescer. Num segundo turno, perderia para Ciro, Marina Silva e Geraldo Alckmin. Empataria com Fernando Haddad.
3) Alckmin continua empacado. Sua rejeição está em queda.
4) Marina Silva não saiu do lugar.
5) Na medida em que começa a crescer embora ainda lentamente, a rejeição a Haddad só aumenta.
6) Caiu de forma expressiva o percentual daqueles que diziam estar dispostos a votar em branco ou anular o voto. Diminuiu dentro da margem de erro da pesquisa o percentual de eleitores indecisos.
7) A eleição, hoje, resume-se à disputa entre Bolsonaro, Ciro, Marina e Alckmin. Mas é uma eleição em aberto. As pesquisas da próxima semana certamente deverão jogar mais luz sobre as reais chances dos candidatos.
A escolha de Bolsonaro
Ordem unida
Uma vez que sua rejeição só aumenta, que as mulheres resistem a votar nele e que não dispõe de tempo de propaganda suficiente para se defender de ataques no rádio e na televisão, o deputado Jair Bolsonaro (PSL) escolheu manter sua tropa unida.
É para ela que passou a falar, radicalizando seu discurso. É no meio dela que desfilará. Aposta que se comportando assim poderá garantir seu lugar no segundo turno. De fato, foi uma escolha de quem não tinha outra menos arriscada.
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