quinta-feira, 6 de setembro de 2018

Bolsonaro tem 22%; Ciro sobe e empata com Marina em 12%

Pesquisa Ibope/Estado/TV Globo também mostra Alckmin com 9%, Haddad com 6%, Alvaro Dias e Amoêdo com 3%; quantidade de indecisos diminui

Na primeira pesquisa Ibope/Estado/TV Globo após o indeferimento da candidatura de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e início do horário eleitoral no rádio e na TV, Jair Bolsonaro (PSL) segue na liderança da corrida presidencial, com 22% das intenções de voto. Ele tem dois pontos porcentuais mais do que no levantamento anterior, divulgado há duas semanas. Ciro Gomes (PDT) subiu três pontos, para 12%, e empatou numericamente com Marina Silva (Rede), que não se moveu. Geraldo Alckmin (PSDB) foi de 7% para 9%. Fernando Haddad (PT) aparece com 6%, dois pontos acima do registrado na pesquisa anterior. Inscrito como vice de Lula, Haddad deve assumir em breve o posto de titular da chapa. Nas simulações de segundo turno, Bolsonaro perde para Ciro (44% a 33%), Marina (43% a 33%) e Alckmin (41% a 32%), e empata tecnicamente com Haddad (36% para o ex-prefeito, 37% para o deputado). O Ibope ouviu 2.002 eleitores, em 142 municípios, entre os dias 1.º e 3 de setembro. A margem de erro é de dois pontos porcentuais para mais ou para menos.

Bolsonaro segue em 1º; Ciro sobe e empata com Marina

Ibope. Pesquisa feita após TSE barrar candidatura de Lula mostra crescimento do nome do PDT – principalmente no Nordeste – e queda nas intenções de voto nulo ou em branco

Daniel Bramatti | O Estado de S. Paulo

Na primeira pesquisa Ibope/Estado/TV Globo após o indeferimento da candidatura de Luiz Inácio Lula da Silva (PT), o deputado Jair Bolsonaro (PSL) segue na liderança da corrida presidencial, com 22% das intenções de voto. Ele tem dois pontos porcentuais a mais que no levantamento anterior, divulgado há duas semanas. Ciro Gomes (PDT) subiu três pontos, de 9% para 12%, e empatou numericamente com Marina Silva (Rede), que não se moveu.

A preferência pelo tucano Geraldo Alckmin, detentor de quase metade do tempo do horário eleitoral gratuito e representante da maior coligação da disputa, passou de 7% para 9%.

O ex-prefeito de São Paulo Fernando Haddad (PT) aparece com 6%, dois pontos acima do registrado na pesquisa anterior. Inscrito originalmente como vice de Lula, Haddad deve assumir o posto de titular da chapa.

Nas simulações de segundo turno, Bolsonaro perde para Ciro – 44% a 33% –, Marina – 43% a 33% – e Alckmin – 41% a 32% –, e empata tecnicamente com Haddad – 36% para o ex-prefeito, 37% para o deputado.

As entrevistas da pesquisa começaram a ser feitas no sábado, um dia após o início do horário eleitoral – o tempo, portanto, foi exíguo para captar a intensidade do impacto da propaganda dos candidatos no rádio e na TV.

Uma mudança ficou clara, no entanto: houve queda expressiva no eleitorado disposto a votar nulo ou em branco, de 29% para 21%. A taxa de indecisos oscilou para baixo, de 9% para 7%.

Com a saída de Lula, Ciro foi, neste primeiro momento, o que mais subiu no Nordeste, principal reduto do ex-presidente. O candidato do PDT avançou de 14% para 20% entre os nordestinos, ao mesmo tempo em que Marina recuou de 17% para 13%. Na mesma região, a taxa de preferência por Haddad passou de 5% para 8%. Em 20 de agosto, no cenário em que constava como candidato, Lula tinha 60% entre os nordestinos.

Bolsonaro colhe seus melhores resultados entre quem ganha mais de cinco salários mínimos (30%), evangélicos (29%), homens (28%), jovens de 16 a 24 anos (28%) e na faixa com curso superior (29%).

Novo. Entre demais candidatos, Alvaro Dias (Podemos) permaneceu O Instituto Ibope divulgou nota na qual esclarece a decisão de divulgar os resultados da mais recente pesquisa Ibope/Estado/TV Globo. Leia a seguir a íntegra da nota:

Como informado ontem, na pesquisa de intenção de votos realizada entre os dia 1.º e 3 de setembro, para seguir as decisões decorrentes do indeferimento da candidatura de Luiz Inácio Lula da Silva, que proibiram, entre outras coisas, que o ex-presidente participasse, como candidato, de atos de campanha, o Ibope deixou de aplicar o questionário em que o nome de Lula aparecia como postulante ao cargo de presidente da República, como constava do registro da pesquisa feito no TSE.

O instituto pesquisou apenas o cenário em que o nome de Fernando Haddad, candidato a vice-presidente pelo PT, aparecia juntamente com os candidatos que pediram registro.

O Ibope indagou ao TSE se este procedimento estava correto. Em sua decisão de hoje, o ministro Luis Felipe Salomão explicou que, segundo a lei, o TSE está impedido de responder a consultas como essa durante o período eleitoral.

Diante disso, e convicto de que agiu de boa fé e dentro da lei, e, ainda, no intuito de não privar o eleitor de informações relevantes sobre a situação atual das intenções de voto na eleição presidencial, o Ibope decidiu liberar os resultados da pesquisa para divulgação, decisão que contou com o apoio dos contratantes TV Globo e O Estado de S. Paulo. coma mesma taxada pesquisa anterior (3%) e foi alcançado por João Amoêdo (Novo), que passou de 1% para 3%, e Henrique Meirelles (MDB), que oscilou de 1% para 2%. Os três dividem a sexta colocação, em situação de empate técnico.

Amoêdo se distancia dos nanicos entre o eleitorado de maior renda e mais escolarizado. Ele tem 10% entre os que ganham mais de 5 salários mínimos e 8% entre os que cursaram o ensino superior – nesses segmentos, está em segundo lugar, empatado tecnicamente com Ciro, Alckmin, Haddad e Marina.

Os candidatos do PSOL, Guilherme Boulos, do PPL, João Goulart Filho, e do PSTU, Vera Lúcia, mantiveram a taxa de 1% de intenção de votos. Os demais concorrentes não pontuaram na pesquisa.

Todas as comparações entre o atual levantamento e o anterior foram feitas levando-se em conta o cenário de 20 de agosto no qual Lula não foi incluído na lista de candidatos apresentada aos entrevistados.

O Ibope ouviu 2.002 eleitores, em 142 municípios, entre 1.º e 3 de setembro. A margem de erro do levantamento é de dois pontos porcentuais para mais o u para menos, e o intervalo de confiança é de 95%. Isso significa que há uma probabilidade de 95% de os resultados retratarem o atual momento eleitoral, considerando a margem de erro. O registro na Justiça Eleitoral foi feito sob o protocolo BR05003/2018. Os contratantes foram o Estado e a TV Globo.

A divulgação do levantamento estava prevista para anteontem, mas foi necessário adiá-la em razão de uma consulta ao Tribunal Superior Eleitoral. O registro inicial da pesquisa, feito no dia 29 de agosto, trazia um cenário com Lula como candidato. Porém, na madrugada de 1.º de setembro, o TSE indeferiu o registro da candidatura do ex-presidente.

Diante do ocorrido, o Ibope decidiu retirar da pesquisa o cenário com Lula, e manter apenas o que trazia Haddad em seu lugar. Como as perguntas feitas não seguiram exatamente o roteiro previsto no questionário registrado na semana anterior, foi necessário consultar o TSE.

Na tarde de ontem, o ministro Luis Felipe Salomão decidiu não analisar o mérito da questão, alegando que o Ibope não poderia ter feito a consulta, por não ser “autoridade com jurisdição federal ou órgão nacional de partido político”.

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