Ao
sugerir que o Brasil poderá entrar em guerra contra os Estados Unidos,
presidente mergulha as Forças Armadas na chacota
Sobrou
mais uma vez para as Forças Armadas, cuja desmoralização é o maior e mais bem
realizado trabalho do governo. Não cabe mais citar o lugar-comum "Freud
explica" para justificar as ações do capitão que, eleito presidente, passa
a humilhar militares de alta patente, reduzindo-os a recrutas zeros. Ao sugerir
que o Brasil poderá entrar numa guerra contra os Estados Unidos, Bolsonaro
autorizou a chacota geral.
"Apenas
a diplomacia não dá. Quando acaba a saliva, tem
que ter pólvora", disse o presidente, em seu mais recente ataque de
pelanca, referindo-se a possíveis sanções econômicas do candidato eleito Joe
Biden para impedir o desmatamento da Amazônia. Aparentemente sem se importar
com o tamanho do buraco em que o Exército está metido, o general Mourão entrou
na onda e gozou a declaração do chefe: "É uma figura de retórica".
Logo
surgiram nas redes sociais mil memes,
a maioria mostrando bravos soldados brasileiros pintando meios-fios e caiando
troncos de árvores. Os cinéfilos lembraram dois filmes, duas comédias: "O
Rato que Ruge", em que um pequeno país declara guerra à maior potência do
mundo para mascarar uma crise interna, e "O Incrível Exército de
Brancaleone", no qual um bando de esfarrapados e mortos de fome parte em
busca de conquistas territoriais.
No
mesmo dia em que cometeu a bravata bélica, Bolsonaro exercitou sua psicopatia
verbal ao festejar a suspensão dos testes da vacina Coronavac e considerar como
vitória política a morte de um voluntário. Além disso, pôs o trabalho da Anvisa
sob suspeita de aparelhamento.
Seu descontrole nada tem a ver com cortina de fumaça. São crimes de responsabilidade, motivados pelo agravamento das denúncias envolvendo Flávio Bolsonaro, a derrota de Trump, o fracasso de seus candidatos nas eleições e a incapacidade de enfrentar a pandemia. O mito está derretendo no óleo do ódio.
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