Tão
importantes quanto o prefeito, os vereadores serão decisivos para o futuro da
sua cidade.
Tão
importantes quanto
o prefeito, os vereadores serão decisivos para o futuro da sua cidade. Eles são
os legisladores municipais, redigem e aprovam as leis que podem transformar
comunidades, para melhor ou para pior. São os fiscais políticos da ação
governamental do prefeito. Os vereadores são o ponto que mais aproxima o
cidadão de quem vai dirigir a sua cidade.
Amanhã, o eleitor terá sua
primeira e única chance de votar e eleger um representante seu na Câmara
Municipal. Para prefeito, ainda haverá outra oportunidade no segundo turno de
modo a se corrigir eventuais erros. Para vereador só há um dia, amanhã.
Cidadão
honesto não
vota em bandido. Portanto, os primeiros candidatos a serem descartados são os
milicianos, os traficantes, os corruptos. Eles estão por todas as partes,
espalham-se por vários partidos. Milicianos e traficantes se elegem sempre pela
força do seu poder coercitivo nas comunidades mais vulneráveis. Corruptos
ganham a vaga mentindo e comprando votos. O eleitor que negar o seu voto a eles
estará ajudando a derrotá-los.
Além de
riscar esses
candidatos, é importante também conhecer melhor os que merecem ser votados. São
muitos. Há candidatos bons em quase todos os partidos, com orientações
políticas distintas, mas que por igual prezam o bem comum. Não será difícil
escolher o que pareça mais preparado para percorrer o caminho que o eleitor
gostaria de ele próprio seguir.
Há
diversas maneiras
para se conhecer os candidatos, e conhecê-los é parte da atividade cidadã que
deve ser cumprida antes de se dirigir à urna. Como resta apenas um dia,
pesquisar na internet ajuda. Aplicativos de jornais, como os do GLOBO que foram
colocados no ar esta semana, auxiliam o eleitor a encontrar o candidato que
mais se aproxime do seu perfil político.
Outras
ferramentas muito boas estão disponíveis on-line, mesmo nas
plataformas digitais dos tribunais eleitorais. O Twitter do TRE-RJ, por
exemplo, dispõe de inúmeras informações e dicas importantes para o eleitor. Não
custa parar uma hora hoje para ler o que for possível sobre a eleição, para
tirar dúvidas e não errar amanhã. Para não virar instrumento de manipuladores
políticos.
Segundo
o Ibope, 60%
dos cariocas não escolheram ainda seus candidatos a vereador. No resto do país
os números não são muito diferentes. Ao contrário do candidato a prefeito, o
eleitor costuma deixar para a última hora a escolha do seu vereador. Algumas
vezes, só decide no caminho para a seção eleitoral. Por isso, a recomendação é
que ele tente votar diferente este ano.
O
eleitor pode
fazer um teste rápido para saber se escolheu certo na última eleição, tentando
lembrar o nome do candidato a vereador em quem votou. É quase certo que ele vai
se recordar do candidato que sufragou para prefeito, mas se não se lembrar quem
foi o seu vereador, pode ter votado errado. É importante saber em quem votou
até para cobrar do eleito atitude compatível com suas propostas.
A
memória, aliás,
pode ser uma boa aliada do eleitor. Como todo mundo, candidatos também têm
passado. Não atrapalha dar um “Google” no nome do potencial escolhido.
Pesquisar o nome do candidato pode fazer qualquer dúvida desaparecer
rapidamente. Para melhor refinar a pesquisa, o eleitor pode optar ainda pela
barrinha de “notícias” disponível nos sites de busca. Daí ninguém escapa.
Escolher
bem o
vereador ajuda o seu prefeito a governar melhor.
EUA
divididos
Os
Estados Unidos estão divididos desde 4 de março de 1861, quando Abraham Lincoln
foi eleito e se tornou o primeiro presidente republicano. Quase todas as
eleições presidenciais nos EUA são apertadas. No ano 2000, George W. Bush
ganhou de Al Gore por ter 500 votos populares a mais na Flórida, levando o
decisivo colégio eleitoral do estado. Em 2016, Hillary Clinton ganhou de Trump
em votos populares e perdeu no colégio. Além de Biden (50,8%) e Trump
(47,4%), outros
1.216 candidatos concorreram na eleição presidencial
americana e juntos tiveram 1,8% dos votos. Trata-se ou não de um país
politicamente dividido ao meio? O que difere estes dias dos anteriores é que
agora um louco desvairado ocupa a Casa Branca, de onde só deverá sair
escoltado.
Acabou
a confiança
Horas
antes de a Anvisa suspender os testes do Coronavac, se deixando instrumentalizar na
guerra política de Bolsonaro contra Doria, o governador de São Paulo elogiava o
presidente da agência diante de um grupo de jornalistas. Disse que o almirante
Antônio Barra Torres era um homem que até aquele momento lhe transmitia
confiança.
De
joelhos
O
Senado provará que está mesmo subordinado
a Bolsonaro se aprovar a indicação do tenente-coronel
Jorge Kroman para uma vaga na Anvisa. O militar entende zero de saúde e de
agências reguladoras.
Wood
e safra
No
seu livro autobiográfico “A propósito de nada”, lançado em maio nos Estados
Unidos e na Europa, Woody Allen ataca frontalmente o bilionário brasileiro
Jacqui (Jacob) Ely Safra, a quem acusa de tê-lo roubado. Safra, que era amigo do peito de Allen,
produziu oito filmes do diretor. Em três deles o bilionário dividiu lucros com
o cineasta. Dos outros cinco, Woody Allen não recebeu nada além da remuneração
pela direção. Jacqui Safra disse que eles deram prejuízos. Allen discordou e
processou o amigo de mais de 30 anos, a quem cobra US$ 15 milhões (R$ 82,8
milhões).
Jabuticaba
chinesa
Melhor
não abrir guerra contra a China. O Brasil
não tem pólvora para tanto. A coisa por lá anda com
tamanha desenvoltura que é bom respeitar. O embaixador Frederico Meyer, cônsul
geral do Brasil na província de Guangzhou, recebeu um presente inusitado da
delegação da cidade de Foshan que o visitou outro dia: um pé de jabuticaba plantado
num grande vaso e já com alguns frutos em seu tronco. Em 2017, o colunista
Lauro Jardim noticiou que a China importara do Brasil dez jabuticabeiras
maduras. A de Meyer deve ser filhota de uma destas.
Fantasma
distante
A
demissão do secretário de Defesa dos Estados Unidos pelo presidente Trump
acendeu a luz amarela nos bastidores da política americana. Mas não passou
disso. Grave seria se ocorresse no Brasil. Imagine se em outubro de 2022,
derrotado nas urnas mas se agarrando na cadeira como uma ostra, Bolsonaro
trocasse o comandante do Exército, general Edson Pujol. Seria grave, sobretudo
se meses antes o general tivesse se recusado a usar tropas para conter
manifestações públicas que desagradaram o presidente. Mas o discurso de ontem
de Pujol, separando categoricamente as Forças Armadas do governo (“não mudamos
a cada quatro anos nossa maneira de pensar”), afastou o fantasma.
Antipolítica
Há
quem já enxergue o fundo do poço diante das sucessivas crises criadas por Jair
Bolsonaro, suas mentiras acumuladas, suas fanfarronices, o uso privado que faz
de instrumentos do Estado brasileiro. Alguns afirmam que é o fim da política.
Trata-se de um
evidente exagero. O país vai sobreviver a mais um
presidente aloprado. Já superou sucessivas crises, como o impeachment de Collor
e o escândalo dos anões do orçamento que ocorreu um ano depois. Passou também
pelo impeachment de Dilma e o subsequente caso Temer/JBS, que quase deu em novo
afastamento. O Brasil seguirá depois de terminado este governo desencontrado.
Mourão
2021
Tem
gente esperando apenas o ano (e a pandemia) acabar para começar a se aproximar
do gabinete do vice-presidente Hamilton Mourão. Com o afastamento cada vez mais
explícito de Mourão do entorno de Bolsonaro, já é possível, de acordo com
parlamentares que sabem
muito bem como a banda toca, atraí-lo para um ano novo
cheio de novidades. Por sorte, Mourão é “indemissível”. Se não fosse, seria
ex-vice antes mesmo de Santos Cruz virar ex-ministro.
Joice
não
Em
São Paulo, a enorme rejeição (30%) de Joice Hasselmann constatada nas pesquisas
de intenção de voto explica-se assim: proximidade de Bolsonaro e afastamento de Bolsonaro. Recomenda-se
esperar até amanhã, mas ao que parece, nestas eleições perdem tanto os que um
dia se alinharam ao capitão quanto os que dele estiveram próximos e depois
tomaram distância.
Falso
político
Como
você designaria aquele político que você vê em todas as eleições? Um dia ele se
candidata a governador e perde. Dois anos depois, se candidata a prefeito.
Perde outra vez e volta a concorrer a governador, e mais adiante a prefeito de
novo. E eventualmente concorre a deputado e vereador para ter um mandato e
seguir apostando. O eterno candidato não tem objetivos políticos, mas apenas
eleitorais. Quer um cargo executivo, não importa qual.
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