As
eleições municipais nunca tiveram carga ideológica elevada. A população é
pragmática e quer saber quem é o líder local que pode melhor potencializar as
energias presentes na sociedade municipal e ser o melhor gerente para a
garantia de serviços públicos de qualidade para todos. Tanto que a polarização
entre bolsonarismo versus petismo é totalmente periférica nesta eleição segundo
a projeção das pesquisas.
Cada
vez mais as pessoas desconfiam de salvadores da Pátria, heróis onipotentes,
demagogos irresponsáveis. A democracia é um processo permanente de
experiências, decepções, êxitos e aprendizado. Depois da explosão catártica das
eleições de 2018, creio que características essenciais como história pessoal,
realizações, experiência, competência, capacidade de liderança, aptidão para o
diálogo e a negociação, estão sendo revalorizadas. Não se vê a absolutização do
novo pelo novo, nem a condenação do “velho” por ser velho, embora algum grau de
renovação seja sempre importante.
Tenho
convicção enorme que se há algum plano que pode revitalizar a democracia
brasileira é o poder local. A grande proximidade entre líderes e gestores e o
cotidiano da população é fundamental para a construção de novos modelos de
governança pública. Neste nível de governo são possíveis experiências profundas
e verdadeiras de participação, transparência e controle social, difíceis de se
concretizarem nos planos estadual e federal. É importante fortalecer o
orçamento dos municípios. Embora na votação dos royalties do petróleo e do
minério tenha estudado profundamente e verificado que não obrigatoriamente as
cidades mais ricas têm os melhores indicadores de educação e saúde. Às vezes
pequenos municípios pobres têm resultados muito melhores graças à qualidade da
gestão local.
Amanhã
o destino das cidades brasileiras estará nas mãos da população. Um bom prefeito
e bons vereadores são os que podem assegurar a verdadeira construção de uma
rede boa e integral de atenção à saúde ou uma escola ativa, vibrante e de
qualidade ou uma competente governança do espaço urbano e dos serviços
municipais. Portanto, voto é escolha, mãos a obra.
*Marcus Pestana, ex-deputado federal (PSDB-MG)
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