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da vacinação é a derrota mais espetacular de Bolsonaro nestes dois anos
O dia
17 de janeiro de 2021 deveria assinalar o começo do fim do desgoverno
Bolsonaro. Foi sua derrota mais espetacular nestes dois anos em que tentou com
máximo empenho destruir o Brasil. As luzes da ciência brilharam com todo o seu
esplendor, mesmo numa agência reguladora dirigida por um seguidor do
negacionista.
A
Anvisa aprovou o uso emergencial de duas vacinas importadas e produzidas em
parceria de instituições científicas brasileiras com farmacêuticas e uma
universidade estrangeiras. Aos cientistas e servidores públicos do Instituto
Butantan e da Fundação Oswaldo Cruz devemos a vitória deste domingo
inesquecível.
O sabotador-mor da República chegou a dizer que a "vacina chinesa" teria como efeitos colaterais "morte, invalidez, anomalia". "Mais uma que Jair Bolsonaro ganha", comemorou, quando o suicídio de um voluntário levou à interrupção dos testes. A frase agora é outra: "Mais uma que Jair Bolsonaro perde". E vai perder mais, porque a história mostra que a marcha do Iluminismo é irreprimível e que a ciência derruba mitos.
Já temos a vacina e amanhã é a posse de Joe Biden nos Estados Unidos. Bolsonaro perde seu maior suporte internacional. Seus atos e omissões na pandemia são um roteiro de crimes de responsabilidade. O holocausto de Manaus não será o ponto final desta tragédia. O criminoso tem que ser contido.
O ex-presidente do STF, Ayres Britto, deu a senha, nesta Folha. Segundo ele, o
impeachment se aplica ao presidente que adota "mandato de costas para a
Constituição"; a nação tem que dizer "a Constituição ou o
presidente" e "a opção só pode ser pela Constituição."
Alguém dirá: falta combinar com os financistas, privatistas, carniceiros do Estado, agronegócio, centrão, impostores pentecostais, Forças Armadas, milicianos e mais um rol de cúmplices. Aos que que não se envergonham de faturar com a desgraça do país, faço coro com o colega Juca Kfouri: "Genocidas! Genocidas! Genocidas!".
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