- Blog do Noblat / Metrópoles
Atentado aos valores mais cultuados pelo
Exército tem um culpado: o próprio comandante da Arma, o general Paulo Sérgio
Noronha
Era quinta-feira, 30 de abril de 1981,
quando por volta das 21h30 a redação da Veja, em São Paulo, onde eu trabalhava
como editor-assistente de política, foi sacudida pela notícia de que uma ou
mais bombas haviam estourado no Riocentro, no Rio, onde um show de música
celebrava a chegada do 1º de Maio, Dia do Trabalho.
Quinta e sexta-feira eram dias geralmente
nervosos de fechamento da revista que começava a ser impressa na madrugada do
sábado para começar a ser distribuída depois do meio-dia. Dali a mais uma hora,
já se sabia que duas pessoas saíram feridas, e antes da meia noite, que eram
militares, passageiros de um carro.
Uma das bombas estourou na miniestação
elétrica que fornecia energia ao local. A outra, no colo do sargento do
Exército Guilherme Pereira do Rosário que morreu na hora. Ao seu lado, no lugar
reservado ao motorista, estava o capitão do Exército Wilson Dias Machado,
removido para um hospital gravemente ferido.
Fora um atentado terrorista, mais um
cometido por militares naquele ano, que seria atribuído pelo Exército a
organizações de esquerda que lutavam com armas nas mãos contra a ditadura
militar de 64. Dias Machado sobreviveu e hoje mora em Brasília. Nem ele e nem ninguém
jamais foi punido pelo que aconteceu.
Atentou-se, ontem, contra os valores mais cultuados pelo Exército – a disciplina, a hierarquia, seus códigos internos, e desta vez a bomba estourou no colo de um general, Paulo Sérgio Noronha, Comandante da Arma, que se negou a punir outro general, Eduardo Pazuello, cupincha do presidente Jair Bolsonaro.
Noronha tinha apoio da maioria dos seus
colegas do Estado Maior do Exército para aplicar uma pena severa a Pazuello
que, como general da ativa, não poderia participar de manifestação
político-partidária. Por que não o fez? Porque concluiu que Bolsonaro anularia
seu ato, enfraquecendo-o ou provocando sua renúncia.
Ele pode até manter-se como comandante, mas
um comandante fraco, que emporcalhou a própria imagem e desmoralizou o
Exército. Por muito tempo ainda ecoará o barulho da bomba que Noronha preferiu
abraçar. Nunca mais será o general que tanto se esforçou para construir uma
biografia a salvo de pecados.
Mandetta, de mudança para o Rio de Janeiro
A política no Mato Grosso do Sul está
congestionada demais para o ex-ministro da Saúde. No Rio, mora uma de suas
filhas
O ex-ministro da Saúde Luiz Henrique
Mandetta ainda evita a admitir em público que planeja transferir seu título
eleitoral do Mato Grosso do Sul, onde se elegeu deputado federal, para o Rio de
Janeiro.
Mas é de fato o que poderá fazer para ser
candidato pelo DEM a presidente da República, ou a governador do Rio, ou a
senador, ou até mesmo a deputado federal outra vez.
A política do Mato Grosso do Sul está
congestionada. Ali, mandam os Trad – Nelsinho, senador, Fábio, deputado
federal, e Marquinhos, prefeito de Campo Grande.
São filhos do ex-deputado federal Nelson
Trad. Mandetta é primo deles, o que não lhe assegura automaticamente o apoio da
família. O Rio costuma ser terra de ninguém e gosta de novidades.
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