Blog do Noblat / Metrópoles
E assim será, para desespero dos partidos
sem voto e das siglas de aluguel
Se dependesse unicamente de Arthur Lira
(PP-AL), a Câmara dos Deputados não teria aprovado uma nova lei eleitoral. Se
aprovasse, ela não mexeria no sistema proporcional de votação, nem permitiria a
volta das coligações partidárias proibidas desde 2017.
Mas, sabe como é… Para eleger-se presidente
da Câmara, Lira prometeu o que seus pares queriam, e a esmagadora maioria deles
está em pânico com a eventual possibilidade de uma derrota no ano que vem.
Fazer o quê então?
Na noite em que a reforma foi aprovada, Lira jantou com Rodrigo Pacheco (DEM-MG), presidente do Senado, e pediu-lhe que desse um jeito de segurar mais essa. Pacheco, depois, em conversa com senadores, comentou: “Lira jogou a reforma no peito da gente”.
O sistema proporcional de votação ficou como era, mas as coligações partidárias voltaram para salvar os pequenos partidos que carecem de poucos votos e que poderiam ser extintos. Pacheco já disse que o Senado passará o rodo na reforma. A conferir.
Uma página em branco aponta as realizações
do governo Bolsonaro
Lançado com imenso barulho, o site
Agenda+Brasil está em manutenção desde agosto do ano passado
Foi uma cerimônia e tanto, com um dos
salões do Palácio do Planalto lotado de ministros e de convidados, a que marcou
em março do ano passado o lançamento do site Agenda+Brasil sobre as realizações
do governo; com direito a discurso do presidente Jair Bolsonaro, aplausos, e o
toque do hino nacional.
A pandemia da Covid-19 estava a galope, mas
Bolsonaro dizia que ela não passava de uma gripezinha e recomendava cloroquina.
O ex-juiz Sérgio Moro já havia abandonado o Ministério da Justiça porque
Bolsonaro tentara intervir na Polícia Federal, mas o presidente negava, embora
estivesse sendo investigado por isso.
Mas pelo menos desde agosto último, segundo
a Folha de S. Paulo, quem acessa o site (www.gov.br/agendabrasil)
encontra uma página em branco com o aviso: “Em manutenção”. O governo recusa-se
a explicar por quê. É fácil deduzir: não tem grandes realizações a mostrar. Na
verdade nunca teve.
Sobre as reformas econômicas, por exemplo,
só houve uma que mereça esse nome – o da Previdência. Mesmo assim, o
ex-presidente Michel Temer deixou-a pronta para ser aprovada pelo Congresso, e
ela foi. O descaso com o meio ambiente, àquela altura, era flagrante e
provocava reação internacional. O que apresentar de positivo?
Bolsonaro ainda não podia referir-se ao
Exército como sendo dele, mas agora que pode não seria uma realização, digamos
assim, para se ostentar em um site oficial. Tampouco os mais de 30 decretos e
portarias que contribuíram para aumentar o número de armas em poder dos
brasileiros – e das milícias por tabela.
O site não fará falta. Falta faz um
governo.
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