Revista IstoÉ
O que os nazifascistas bolsonaristas mais querem é desmoralizar as eleições e criar um clima bélico nas ruas. Transformar 2022 em um barril de pólvora
A eleição de 2018 gerou um monstro: o nazifascismo nativo com presença no Parlamento, nos executivos estaduais e, mais grave, na própria Presidência da República. Ao invés da nova política, o País está assistindo a mais de dois anos e meio a um espetáculo de distopia como apresentado nos clássicos “1984”, “Admirável mundo novo” ou “Fahrenheit 451”. Sem reação organizada, os cidadãos aguardam passivamente a eleição de outubro de 2022. Imaginam que tudo será, serenamente, resolvido no processo eleitoral. E até lá? Bem, aí deve-se rezar e aguardar, pois Deus é brasileiro. A cada dia fica mais claro que o bolsonarismo está conseguindo seus objetivos. Fomentou ataques inimagináveis ao Estado Democrático de Direito. Buscou solapar as bases de legitimidade da democracia brasileira. Desmoralizou as instituições. Atacou a imprensa. Estimulou os sentimentos mais selvagens dos ressentidos. Gerou um clima de pré-guerra civil.
A ausência de um compromisso com os
destinos do Brasil por parte de amplos setores da elite política, a
predominância de interesses pessoais, de projetos personalistas, vai arrastar
mo País à crise mais grave dos últimos 40 anos. A conjunção de diversas crises
(econômica, política, social e, principalmente, institucional), tende a
transformar 2022 em um barril de pólvora. É tudo o que deseja os nazifascistas
bolsonaristas para desmoralizar as eleições, criar um clima bélico e impedir
que o Brasil possa escolher propostas para enfrentar os graves problemas
nacionais. Não custa imaginar, por exemplo, que em um debate entre os
principais candidatos, o cenário das torcidas se digladiando – e as
consequências de um conflito de rua. Contudo, o Brasil está inerte. Só assiste
o acirramento das contradições do bolsonarismo com a Constituição e o
ordenamento legal. A passagem de Bolsonaro pela Europa demonstrou que não é
nenhum exagero dizer que hoje somos um Estado pária na comunidade
internacional.
O País vai pagar pela irresponsabilidade de 2018. Como de hábito, o maior prejudicado será o andar de baixo. Mas todos vão perder. Não será tarefa fácil para o novo presidente da República recuperar a confiança internacional, confiança de governos, confiança de investidores. Mostrar que somos uma Nação séria, que respeitamos as boas práticas de governança em relação ao meio ambiente, aos indígenas, as entidades (como a ONU, a OMS), que enfrentamos as questões mundiais de forma civilizada, respeitando as diferenças e buscando soluções harmônicas.
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