O Globo
O liberalismo econômico expressa a
liberdade de empreender sem que o Estado atrapalhe, como se vê nos EUA. E não
no Brasil, onde o governo quer interferir em tudo que lhe atrapalhe os
objetivos
“Ó
liberdade, quantos crimes são cometidos em teu nome”, disse a escritora e
política Manon Roland, em 1793, a caminho da guilhotina, vítima da própria
Revolução Francesa que ajudou a construir.
E um dos piores é matar a liberdade dos
outros.
Quando “aquela pessoa” tenta justificar
seus passados e futuros crimes dizendo que daria a vida pela liberdade, que a
liberdade é mais importante que o oxigênio, o público pergunta: que liberdade é
essa? Para mentir, difamar, caluniar, ofender e até ameaçar a democracia? Sim,
numa democracia todo mundo pode dizer o que quiser — desde que assuma a
responsabilidade, arque com as consequências legais e respeite as decisões da
Justiça. Já na receita chavista a democracia é usada para destruir a
democracia.
Liberdade é como pastel: todo mundo gosta.
Quem não quer ser livre? Mas a liberdade tem um preço: respeitar a liberdade do
outro.
Claro: liberdade não se ganha, se
conquista, como a nossa foi conquistada a duras penas pelos nossos antepassados
e por nós mesmos. E pode ser perdida a qualquer momento, ou gradativamente, até
que reste só a liberdade de quem manda.
E, afinal, liberdade para quê? Para não ter trabalho, saúde e educação e passar fome? Liberdade para morrer de uma bala perdida ou assassinado na selva? Que liberdade é essa ?
Para as novas gerações deve parecer algo
natural como respirar, mas a que só se dá o devido valor depois que se perde.
Os que viveram a ditadura sabem o quanto custaram 20 anos de censura,
proibições e prisões que destruíram a liberdade em nome de Deus, da Pátria e da
Família.
Agora “aquela pessoa” acha que a liberdade
de 25% de fanáticos que o apoiam deve prevalecer sobre a liberdade de 65% das
pessoas que o rejeitam. Seria um inédito golpe da minoria contra a maioria das
forças políticas, do eleitorado e da opinião pública.
Como o próprio nome diz, o liberalismo
econômico expressa a liberdade de produzir e comercializar, de empreender e
inovar sem que o Estado ponha as patas e atrapalhe, como se vê nos Estados
Unidos. E que não se vê no Brasil, onde o governo quer interferir em tudo que
lhe atrapalhe os objetivos, dos mais nobres aos mais mesquinhos. Pela primeira
vez na nossa História, o presidente tem uma “bancada” de dois ministros no
Supremo Tribunal Federal, que o obedecem cegamente. Que liberdade eles têm para
julgar?
Em nome da liberdade, “aquela pessoa” quer
suprimir a liberdade de cada um fazer do seu corpo o que quiser, de cada
família criar e educar seus filhos como bem entender, de cada um exercer a
liberdade de opinião sem restrições, perseguições e difamações.
Mais crimes do que cometidos em nome da
liberdade, só em nome de Deus.
Estou em modo detox mental, uma semana sem
falar o nome “daquela pessoa”, limpeza simbólica. Bom finde.
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