sexta-feira, 28 de fevereiro de 2025

Voo eleitoral depende de Bolsonaro - César Felício

Valor Econômico

Assim como governador da Bahia, Jerônimo Rodrigues (PT), o de São Paulo tem sua avaliação de governo contaminada pela polarização nacional

Apenas o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), e o da Bahia, Jerônimo Rodrigues (PT), têm sua avaliação de governo contaminada pela polarização nacional, segundo pesquisas Genial/Quaest realizada nos oito maiores colégios eleitorais do país. Nos demais seis Estados, não há uma vinculação entre o lulismo ou o bolsonarismo em relação ao quadro local.

O indicativo é um sinal importante para calcular a estratégia de Tarcísio em relação às eleições de 2026. Seja em uma eventual disputa presidencial como em uma nova candidatura à reeleição, ele não tem como se desvencilhar do bolsonarismo.

A pesquisa Quaest mostra que entre bolsonaristas, Tarcísio tem 61% de avaliações positivas e apenas 7% de negativas. Já entre lulistas há um empate na margem de erro. O governador é bem avaliado por 28% dos eleitores do atual presidente em 2022 e rejeitado por 23% deles.

Essa mesma distinção não se percebe com tanta força entre os outros governadores mencionados como potenciais presidenciáveis. Ronaldo Caiado (União Brasil) é quase uma unanimidade em Goiás, com índices de avaliação positiva jamais inferiores a 70%, independentemente da categoria. Ratinho Júnior (PSD) repete o desempenho no Paraná, em um patamar de 60%.

Romeu Zema (Novo) fica no meio do caminho entre a polarização nacional e a ampla hegemonia local. Ele é aprovado por 54% dos bolsonaristas e entre os lulistas prevalece com uma vantagem consideravelmente maior do que a obtida por Tarcísio: é avaliado de forma positiva por 34% dos eleitores do atual presidente em 2022 e visto de forma negativa por 20% deles.

Esses dados indicam que para Caiado, Zema e Ratinho Júnior é mais fácil construir uma candidatura presidencial distante de Bolsonaro do que para o governador paulista.

O caso de Eduardo Leite (PSDB) no Rio Grande do Sul é menos claro. Leite é um governador popular, no mesmo patamar de aceitação local de Tarcísio e Zema (62%), mas com uma taxa de desaprovação maior (33%). O tucano gaúcho é melhor aceito pelos lulistas (50% a 12%, entre avaliações positiva e negativa), do que pelos bolsonaristas (31% a 20%).

Sem a possibilidade de concorrer novamente à reeleição e fora de qualquer cogitação presidencial, o governador do Rio de Janeiro, Cláudio Castro (PL), é também o único impopular do grupo dos oito pesquisados. Ele tem 48% de desaprovação e 31% de avaliação negativa, ao passo que sua aprovação é de 42% e sua avaliação positiva, 24%. Castro vai pior nas faixas de mais alta renda, com ensino superior e entre lulistas. Se sai melhor entre evangélicos e bolsonaristas, mas ainda assim não consegue vencer a avaliação negativa em nenhuma das categorias pesquisadas. O quadro de impopularidade diminui o passe de Castro nas articulações eleitorais de 2026.

Jerônimo Rodrigues (PT) na Bahia e Raquel Lyra (PSDB, indo para o PSD) em Pernambuco são bem avaliados, mas ambos contam com obstáculos no caminho para a reeleição em 2026. Nos dois casos, a oposição local tem nomes fortes.

Paes lidera disputa para governo do Rio em 2026; Flávio Bolsonaro aparece em segundo lugar. O prefeito de Recife, João Campos (PSB), venceria Raquel Lyra, em Pernambuco, com ampla margem em 2026.

O levantamento mostra ainda ACM Neto (União Brasil) liderando por pequena margem na Bahia.

 

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