domingo, 6 de maio de 2018

Temer admite dar apoio a outros nomes

Presidente afirma em entrevista que se ‘houver uma conjugação política’ pode se alinhar a Alckmin ou demais pré-candidatos do centro

Daniel Weterman, José Maria Tomazela, Diego Emir | O Estado de S. Paulo.

O presidente Michel Temer admitiu, em entrevista ao SBT, que pode desistir de concorrer à reeleição e apoiar outro nome do chamado centro político, como o ex-governador de São Paulo Geraldo Alckmin (PSDB), pré-candidato tucano na eleição presidencial deste ano.

“Eu não teria dificuldade, não. Se houver uma conjugação política nestes termos que estou dizendo. Se houver algo que seja útil para o País, e daí a história da união de todos os candidatos de centro, por que não apoiar?”, afirmou o presidente em entrevista ao programa Poder em Foco, que vai ao ar à meia-noite de hoje.

Temer foi questionado sobre a possibilidade de apoiar um candidato de centro como Alckmin, conforme transcrição de trecho da entrevista divulgada pela emissora. Segundo o site Poder360, o presidente também citou outros nomes em sua resposta, além do ex-governador tucano: Henrique Meirelles (MDB), Flávio Rocha (PRB), Guilherme Afif Domingos (PSD), Paulo Rabello de Castro (PSC) e Rodrigo Maia (DEM).

O emedebista também falou sobre o depoimento de sua filha Maristela Temer à Polícia Federal, em São Paulo, na quinta-feira. Maristela foi ouvida no âmbito da Operação Skala, que apura suspeitas de corrupção envolvendo o emedebista, aliados políticos e empresas do setor portuário. A investigação apura se a reforma da residência de Maristela foi utilizada para lavar dinheiro de propina.

O emedebista disse que a obra foi feita, mas que não houve dinheiro ilícito envolvido. “Foi uma reforma regularmente paga, regularmente esclarecida. Eu não tenho os dados do depoimento que ela prestou ontem (quinta) ao delegado da Polícia Federal, mas soube que foi tudo pelas melhores”, afirmou.

‘Pobre’. Sobre uma possível entrada do ex-ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Joaquim Barbosa na corrida presidencial, Temer observou que o “nome dele é bem recebido” atualmente pelas pesquisas – ele aparece com 9% das intenções de votos. O presidente, contudo, disse que não acredita que Barbosa obtenha sucesso eleitoral “por ser negro” ou “porque foi pobre”.

“Se me permite, eu não concordo com o fato de ele ser presidente porque é negro. Nem ser presidente porque foi pobre. Pobre eu também fui. Eu tive uma infância… parece que não, mas eu para ir à escola andava 6 km, para ir e para voltar. O Lula foi pobre. Não é esta razão que vai fazer com que fulano seja ou não seja presidente.”

Ontem, em Jaguariúna (SP), durante o ato em que o MDB lançou a pré-candidatura de Paulo Skaf ao governo do Estado (mais informações nesta página), Temer voltou a dizer que ele e o ex-ministro da Fazenda e pré-candidato à Presidência Henrique Meirelles continuarão “juntos em qualquer circunstância”.

Alckmin. O pré-candidato tucano esteve em São Luís (MA) ontem. No estado brasileiro que tem metade de suas famílias que recebem Bolsa Família, o tucano elogiou o programa e falou em sua ampliação.

“Os programas de complementação de renda, nasceram conosco. Bolsa Escola, Bolsa Alimentação, Vale Gás foram criados pelo PSDB e depois unificados de forma correta no Bolsa Família e até expandidos. Foi uma conquista importante”, disse Alckmin. “Temos que manter o Bolsa Família e até ampliar na medida do possível”, afirmou ao discursar no Centro de Convenções Pedro Neiva de Santana em São Luís.

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