segunda-feira, 23 de abril de 2012

Governos discutem drama da estiagem


Ministros e governadores do Nordeste se reúnem hoje, em Aracaju (SE), para avaliar os impactos da seca na região. Só em Pernambuco, 29 municípios já decretaram emergência. Estado discute, ainda pela manhã, esboço da pauta local.

Apelo contra a estiagem

Entre outras coisas, Estado vai pleitear ao governo federal poços, dessalinizadores e 800 carros-pipa por dia


Da Redação com agências

Com estado de emergência decretado em 29 municípios por conta da seca, Pernambuco pleiteará do governo federal, hoje à tarde, em reunião em Aracaju, Sergipe, um conjunto de obras hídricas. Poços, dessalinizadores e fornecimento de 800 carros-pipa por dia estão entre as reivindicações que serão feitas, durante encontro de governadores do Nordeste com ministros.

Um esboço da pauta, que será discutida hoje de manhã, no Palácio do Campo das Princesas, sede do governo estadual, se baseia em quatro eixos: manutenção e agilização de obras federais, agilização e execução de convênios já existentes, celebração de novos convênios e ampliação de crédito rural. Em seguida, governador, secretários e dirigentes de agências estaduais partem para Sergipe.

As ações prioritárias para contornar os efeitos da estiagem em 22 municípios do Sertão e sete do Agreste foram elencadas por três secretarias – de Agricultura e Reforma Agrária, Recursos Hídricos e Energéticos, Planejamento e Gestão e Desenvolvimento Social e Direitos Humanos – além da Agência Estadual e Água e Clima (Apac) e o Instituto Agronômico de Pernambuco (IPA). O governo não revelou quanto somam os valores dos convênios a serem celebrados.

Os efeitos da estiagem atingem a agricultura e a pecuária. Cerca de cem mil pequenos produtores rurais do Sertão já perderam suas lavouras de milho e feijão.

Segundo o secretário de Agricultura e Reforma Agrária do Estado, Ranilson Ramos, 300 mil toneladas de alimentos deixaram de ser produzidos. A perda, disse ele, chega a 95% dos plantios. Nos 5% restantes, disse o secretário, a falta de chuva comprometeu a qualidade dos produtos.

Ranilson Ramos considera a situação grave e irreversível. O Estado, afirmou, tenta agora salvar os rebanhos bovino, caprino e ovino, que somam seis milhões de cabeças. Com a estiagem, os criadores intensificaram as vendas para abate, receosos com a falta de pastagens e perda de peso dos animais.

Boletim meteorológico aponta que tem chovido de 50% a 75% menos do que a média histórica dos últimos 30 anos no Semiárido de Pernambuco. Na opinião do secretário de Planejamento, Alexandre Rebêlo, o Estado pode reviver os anos de 1983 e 1984, quando enfrentou uma grande seca.

Do total de municípios em estado de emergência decretado em nível estadual, seis têm a situação de emergência reconhecida pelo governo federal. São eles: Afrânio, Belém de São Francisco, Dormentes, Petrolina e Parnamirim, no Sertão, e Taquaritinga do Norte, no Agreste. O restante passa por análise.

Chuvas

O secretário Ranilson Ramos explica que o regime de chuvas no Estado começa no interior e segue para o litoral. “As chuvas no Sertão têm início em outubro e podem ir até março. No Sertão não choveu, foi perdida a produção agrícola. Há uma venda muito grande de animais, as pessoas não conseguem mais manter seu gado, seu rebanho e começam a vender. Agora começa o período de chuva no Agreste, mas já se revela menor. Vai até maio e junho e estamos acompanhando esse desempenho.”

FONTE: JORNAL DO COMMERCIO (PE)

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