Ministros e governadores do Nordeste se reúnem
hoje, em Aracaju (SE), para avaliar os impactos da seca na região. Só em
Pernambuco, 29 municípios já decretaram emergência. Estado discute, ainda pela
manhã, esboço da pauta local.
Apelo contra a estiagem
Entre outras coisas, Estado vai pleitear
ao governo federal poços, dessalinizadores e 800 carros-pipa por dia
Da Redação com agências
Com estado de
emergência decretado em 29 municípios por conta da seca, Pernambuco pleiteará
do governo federal, hoje à tarde, em reunião em Aracaju, Sergipe, um conjunto
de obras hídricas. Poços, dessalinizadores e fornecimento de 800 carros-pipa
por dia estão entre as reivindicações que serão feitas, durante encontro de
governadores do Nordeste com ministros.
Um esboço da pauta,
que será discutida hoje de manhã, no Palácio do Campo das Princesas, sede do
governo estadual, se baseia em quatro eixos: manutenção e agilização de obras
federais, agilização e execução de convênios já existentes, celebração de novos
convênios e ampliação de crédito rural. Em seguida, governador, secretários e
dirigentes de agências estaduais partem para Sergipe.
As ações prioritárias
para contornar os efeitos da estiagem em 22 municípios do Sertão e sete do
Agreste foram elencadas por três secretarias – de Agricultura e Reforma Agrária,
Recursos Hídricos e Energéticos, Planejamento e Gestão e Desenvolvimento Social
e Direitos Humanos – além da Agência Estadual e Água e Clima (Apac) e o
Instituto Agronômico de Pernambuco (IPA). O governo não revelou quanto somam os
valores dos convênios a serem celebrados.
Os efeitos da
estiagem atingem a agricultura e a pecuária. Cerca de cem mil pequenos
produtores rurais do Sertão já perderam suas lavouras de milho e feijão.
Segundo o secretário
de Agricultura e Reforma Agrária do Estado, Ranilson Ramos, 300 mil toneladas
de alimentos deixaram de ser produzidos. A perda, disse ele, chega a 95% dos
plantios. Nos 5% restantes, disse o secretário, a falta de chuva comprometeu a
qualidade dos produtos.
Ranilson Ramos
considera a situação grave e irreversível. O Estado, afirmou, tenta agora
salvar os rebanhos bovino, caprino e ovino, que somam seis milhões de cabeças.
Com a estiagem, os criadores intensificaram as vendas para abate, receosos com
a falta de pastagens e perda de peso dos animais.
Boletim meteorológico
aponta que tem chovido de 50% a 75% menos do que a média histórica dos últimos
30 anos no Semiárido de Pernambuco. Na opinião do secretário de Planejamento,
Alexandre Rebêlo, o Estado pode reviver os anos de 1983 e 1984, quando
enfrentou uma grande seca.
Do total de
municípios em estado de emergência decretado em nível estadual, seis têm a
situação de emergência reconhecida pelo governo federal. São eles: Afrânio,
Belém de São Francisco, Dormentes, Petrolina e Parnamirim, no Sertão, e Taquaritinga
do Norte, no Agreste. O restante passa por análise.
Chuvas
O secretário Ranilson
Ramos explica que o regime de chuvas no Estado começa no interior e segue para
o litoral. “As chuvas no Sertão têm início em outubro e podem ir até março. No
Sertão não choveu, foi perdida a produção agrícola. Há uma venda muito grande
de animais, as pessoas não conseguem mais manter seu gado, seu rebanho e
começam a vender. Agora começa o período de chuva no Agreste, mas já se revela
menor. Vai até maio e junho e estamos acompanhando esse desempenho.”
FONTE: JORNAL DO COMMERCIO (PE)
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