Investigada na CPI do
Cachoeira, a Delta participa de outras três obras para a Copa do Mundo e de
pelo menos cinco grandes obras do PAC, em contratos que somam cerca de R$ 2,4
bilhões. Entre as obras para o mundial tocadas pela empreiteira está a
Transcarioca, que ligará o Aeroporto Tom Jobim à Barra. A Delta também
participa da Ferrovia Oeste-Leste.
Delta
participa de quatro grandes obras para a Copa
Contratos para cinco obras do PAC somam R$ 1,3 bilhão; a maior participação
é na Ferrovia Oeste-Leste
Mônica Tavares
Além da construção do Maracanã, a construtora Delta participa de três outras
obras fundamentais dentro dos preparativos para a Copa do Mundo, com contratos
que somam R$ 1,198 bilhão. São obras de mobilidade urbana no Rio, Belo
Horizonte e Fortaleza. A construtora também está presente em cinco grandes
obras do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) em contratos que somam R$
1,363 bilhão.
No Rio, a empreiteira é responsável pela implantação da Transcarioca, que
ligará o Aeroporto Internacional Tom Jobim à Barra da Tijuca passando pela
Penha. Feito em consórcio com a Andrade Gutierrez, o contrato soma R$ 798
milhões. Apesar dos crescentes rumores de que abandonaria a obra, a Delta não
confirma a informação. Em nota divulgada ontem, a prefeitura do Rio deixou
claro que o contrato prevê uma alternativa:
"O contrato assinado com o município estabelece que, se uma das
empresas decidir sair, a outra - neste caso, a Andrade Gutierrez - assume todas
as responsabilidades pela obra, sem causar qualquer prejuízo à cidade." A
prefeitura ressalta, no entanto, não ter sido informada de qualquer decisão da
Delta sobre abandonar a obra.
Em Belo Horizonte, uma das obras importantes para os jogos de 2014 está
sendo executada pela Delta. Trata-se da ligação do aeroporto de Confins à
região hoteleira e ao centro da capital, com a implantação do BRT (Trânsito
Rápido de Ônibus). Em consórcio com a Construtora Cowan, a empreiteira foi
contratada pela prefeitura do município para realizar a parte principal da
obra. O contrato, no valor de R$ 170 milhões, começou a vigorar em março de
2011 e vai até abril do próximo ano.
Enquanto as obras no Rio e em Belo Horizonte já andam a pleno vapor, as de
Fortaleza sequer começaram. Prevista para ter início em duas semanas, a
construção da Via Expressa em Fortaleza, com túneis e viadutos, deve render R$
145 milhões à Delta.
Além das obras da Copa, a Delta está presente em grandes obras do PAC. Entre
essas, a maior participação é na Ferrovia Oeste-Leste dentro do Consórcio com a
SPA Engenharia e Convap, com contrato de R$ 574 milhões. A ferrovia terá 1.527
km de extensão e fará uma conexão com a Ferrovia Norte-Sul.
A segunda maior participação é na obra de Transposição do Rio São Francisco
- em consórcio com a EIT e Getec - valor de R$ 265 milhões. A transposição é
uma obra bastante polêmica, que começou em 2007 e desvia as águas do rio São
Francisco em Pernambuco para a Bahia, Rio Grande do Norte, Bahia e Ceará.
Além disso, a Delta tem participação na duplicação da rodovia BR-060, em
Goiás e em dois lotes da BR-101 em Sergipe, que tem 204 km de extensão. A
BR-101 é a segunda maior rodovia do país, com quase 4.200 km cortando todo o
litoral.
A empresa também tem contratos de manutenção e e conservação de rodovias em
todo o país. Somente em janeiro e fevereiro deste ano foram assinados três
novos contratos, sendo dois para trabalhos no Ceará, nas BR-116 e BR-437 e
outro no Paraná na BR-158, no total de R$ 7,8 milhões.
O Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit) informou que
aguarda a decisão da CGU sobre a idoneidade da construtora para posicionar-se a
respeito da participação da construtora nessas obras.
A Delta informou ontem que vai tentar manter-se nas obras do PAC. Em nota,
afirma que "tem feito um enorme esforço para seguir com todos os projetos
que toca, honrar todos os compromissos, manter todos os postos de trabalho de
seus mais de 25.000 colaboradores, cumprir todos os prazos de entrega das obras
contratadas, ao mesmo tempo em que se defende na Justiça, na mídia e no
Parlamento".
FONTE: O GLOBO
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