“Nessa
forma de presidencialismo, a coalizão deve-se dar em torno de políticas, e não
de interesses avulsos e fragmentados, como na nossa experiência atual, a qual,
ao ratear benefícios e prebendas a granel, com a pretensão de garantir
insulamento para a política decisionista e tecnocrática do Executivo, franqueia
as estruturas do Estado à apropriação por parte de particularismos
privatísticos, quando não do crime organizado por meio de redes de estilo
mafioso.
A História contemporânea é farta em exemplos
no sentido de mostrar que, por trás da projeção nacional dos Estados
bem-sucedidos, há uma República, destino para o qual nos tangem os fatos, já
desavindos com essa democracia de interesses que converteu a política num
processo penal sem fim.”
WERNECK
VIANNA, Luiz, professor-pesquisador da PUC-Rio. O Cachoeira e a gota d'água, em O Estado de
S. Paulo, 22/4/2012
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