Prefeito montou aliança de 20 partidos, tem mais da metade do tempo de propaganda e lidera em arrecadação de recursos
Alfredo Junqueira
RIO - Com 20 partidos na coligação, 75% dos candidatos a vereador, mais da
metade do tempo de TV e uma avaliação positiva que ultrapassa 50%, o prefeito
do Rio, Eduardo Paes (PMDB), montou uma máquina eleitoral poderosa e é favorito
para vencer a eleição na cidade já no primeiro turno.
Seu principal concorrente, o deputado estadual Marcelo Freixo (PSOL), ainda
não rompeu a barreira dos 20% nas pesquisas. Sem alianças partidárias, faltam a
ele recursos e estrutura. Sobram, no entanto, apoios da classe artística - como
os de Caetano Veloso e Chico Buarque. Ao apresentar sua campanha como uma
"Primavera Carioca", em referência ao movimento de revoltas que
acontecem nos países árabes desde o ano passado, Freixo faz críticas ao que
chama de política tradicional e busca uma "aliança com a sociedade".
Até o momento, o discurso de mudança na forma de fazer política, a atuação
contra as milícias e a adesão de artistas parecem ter sensibilizado apenas o
eleitorado mais instruído e com maior poder aquisitivo - concentrado na zona
sul da cidade. Já a aliança entre o ex-prefeito Cesar Maia (DEM) e o
ex-governador Anthony Garotinho (PR), que lançaram chapa com seus respectivos
filhos, o deputado federal Rodrigo Maia e a estadual Clarissa Garotinho, ainda
não cumpriu seu objetivo de atrair o eleitorado mais popular.
Áreas. A campanha de reeleição do prefeito se concentra basicamente na
apresentação dos resultados de projetos de sua administração direcionados,
principalmente, para as zonas norte e oeste do Rio - regiões mais pobres e que
concentram número elevado de eleitores.
"O Eduardo direcionou boa parte das obras para essas regiões e montou
um pacote de projetos que tem uma pegada social", explicou Renato Pereira,
estrategista da campanha de Paes. "Pesquisas qualitativas mostram que ele
é identificado como candidato do povão".
Desde o início da campanha, Freixo fez críticas à coligação de Paes: "A
nossa campanha não precisa dar satisfações a 20 partidos que já lotearam a
administração." Mesmo assim, foi do PSOL que surgiu um candidato a
vereador suspeito.
Rosenberg Alves do Nascimento, o Berg Nordestino, foi citado no relatório da
CPI das Milícias, presidida por Freixo, e tinha ligações com o vereador
miliciano Luiz André Deco, preso ano passado. Berg foi expulso do partido, mas
o episódio deu combustível para os adversários criticarem Freixo.
FONTE: O ESTADO DE S. PAULO
Nenhum comentário:
Postar um comentário