“Essa será a questão de fundo nos próximos meses. Terminada
a sucessão municipal, está aberta a sucessão presidencial. Qual será o
candidato da situação? Dilma ou Lula? Não diria que essa questão esteja
fechada. Para um grupo petista, especialmente o paulista, a volta de Lula é um
elemento fundamental para sua sobrevivência. Essa facção, que é muito poderosa,
pressionará para que Lula seja o candidato a presidente da República. Se a
Dilma quiser ser candidata à reeleição, terá de se colocar. Não se trata de ser
infiel ou romper, mas de definir sua liderança, inclusive em termos
partidários. Ela tem de ser forte no partido, e ela não é. Ela tem de ser
consagrada pelo PT. A não ser que o Lula, mais uma vez, abdique da candidatura
e peça ao PT que sufrague publicamente o nome dela. Agora, quem, hoje, em sã
consciência, sem ter
informações de intimidade, pode dizer que Lula não será candidato a presidente
da República?”
Luiz Werneck Vianna, sociólogo, professor-pesquisador da
PUC-Rio. Entrevista: ”É uma refundação da República”, revista Época, nº 754,29/10/2012.
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